Não há boas notícias para quem tem novos depósitos a prazo. As poupanças no banco estão a ser remuneradas a taxas cada vez mais baixas. É isso mesmo que revelam os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP): taxa dos novos depósitos a prazo recuou pelo sétimo mês consecutivo, para 2,63% em julho. Mas, ainda assim, nunca houve tanto dinheiro nos bancos como em julho.
“A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo sétimo mês consecutivo, passando de 2,66%, em junho, para 2,63% em julho”, informou o BdP esta terça-feira, dia 3 de setembro.
Mas esta descida das remunerações nos depósitos não foi verificada em todos os prazos:
- Novos depósitos com prazo até 1 ano: a taxa de juro média diminuiu 0,03 pontos percentuais (p.p.), para 2,65%. “Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 97% dos novos depósitos em julho”, destaca o regulador;
- Novos depósitos de 1 a 2 anos: a remuneração média também diminuiu, de 2,22% para 1,99% em julho.
- Novos depósitos a mais de 2 anos: a taxa de juro média aumentou 0,38 p.p., de 1,59% para 1,97% em julho, sendo a exceção.
Com esta evolução, Portugal desceu um lugar entre os países da área do euro, sendo agora o país com a quinta taxa média nos depósitos a prazo mais baixa. De notar que, com o recente alívio da política monetária do Banco Central Europeu em junho, a taxa de juro média dos novos depósitos do conjunto dos países da área do euro diminuiu 0,03 p.p. (uma variação semelhante à verificada em Portugal), fixando-se em 3%.
Mesmo com os juros mais baixos, os residentes em Portugal continuam a querer guardar as suas economias nestes produtos financeiros. “O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares aumentou 2.498 milhões de euros, totalizando 12.559 milhões em julho, o valor mais elevado da série histórica”, destaca o BdP.
Segundo o regulador liderado por Mário Centeno, “à semelhança dos meses anteriores, o montante de novas operações está associado, em grande medida, à reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo, e que atingiram a maturidade em julho sem renovação automática”.
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Mais de 20% dos depósitos não são aproveitados para concessão de crédito
Os depósitos dão entrada nos bancos portugueses, mas o equivalente a mais de 20% desses recursos fica inutilizado, não sendo transformado em crédito. E em algumas entidades, como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), a proporção é ainda maior, aproximando-se dos 40%.
Salários sobem – mas poder de compra está abaixo do período pré-inflação
O salário médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem fixou-se em 1.137 euros no segundo trimestre, sendo esta a maior subida homóloga de sempre, quer em termos nominais (8,91%) quer em termos reais (6,12%). Ainda assim, e no que diz respeito ao poder de compra dos portugueses, este continua abaixo de 2021, período pré-inflação.
Obras em casa? Oito em cada dez pessoas recorrem a poupanças
Fazer obras em casa pode ser fardo difícil de suportar no orçamento familiar, sobretudo tendo em conta que os custos de construção (materiais e mão de obra) subiram muito nos últimos tempos e que a taxa de inflação se mantém em níveis elevados, o que impacta diretamente o poder de compra dos portugueses. Fatores que podem ajudar a explicar o facto de 83,7% das pessoas – oito em cada dez –recorrerem a poupanças quando decidem fazer obras em casa.
Taxa de juro dos novos depósitos cai em maio pelo 5º mês consecutivo
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo quinto mês consecutivo, passando de 2,75% em abril para 2,72% em maio. Há um ano, ou seja, em maio de 2023, a taxa de juro média era de 1,26%. Em causa estão dados divulgados esta quinta-feira (4 de julho de 2024) pelo Banco de Portugal (BdP).
Famílias nunca tiveram tantas poupanças nos bancos como em maio
As famílias continuam a confiar as suas poupanças nos bancos residentes em Portugal, de tal forma que o valor total de depósitos dos particulares totalizou 184,3 mil milhões de euros em maio, o maior valor desde que há registos contabilizados pelo Banco de Portugal (BdP).
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