À medida que os bancos residentes em Portugal vão publicando os resultados do primeiro trimestre de 2025, verifica-se um denominador comum: as suas margens financeiras estão a cair. É o caso do Santander, BPI, Novo Banco e do Montepio. E isto deve-se aos sucessivos cortes dos juros do Banco Central Europeu (BCE).
O BCE liderado por Christine Largarde já cortou os juros sete vezes desde que começou a aliviar a sua política monetária em junho do ano passado, estando hoje as taxas entre 2,25% e 2,65%. Esta movimento acaba por descer os juros cobrados nos créditos habitação em Portugal, quer nos novos contratos, quer nos existentes a taxa variável (ou a taxa mista em período variável).
Já se começa a ver este efeito da redução dos juros do BCE nos resultados da banca: observou-se uma queda das margens financeiras do Santander, BPI, Novo Banco e Montepio, que é a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos a prazo, escreve o Expresso.
Assim variaram os lucros e as margens financeiras dos quatro bancos que já apresentaram os resultados do primeiro trimestre de 2025, cita o mesmo jornal:
- Santander Portugal: lucro foi de 268,8 milhões de euros, tendo caído 9% entre o início de 2025 e o mesmo período do ano passado. A margem financeira desceu 20% para 354 milhões;
- BPI: lucro caiu para 98 milhões de euros (-13% num ano) e a margem financeira recuou 8,9% para 223 milhões;
- Novo Banco: lucro caiu 1,7% para 177 milhões de euros e a margem financeira desceu 6,7% para 279,1 milhões;
- Montepio: lucro aumentou 6,7% para 34,2 milhões de euros, mas margem financeira diminuiu 13,7% para 85,6 milhões de euros.
Entre os maiores bancos a operar em Portugal, falta conhecer as contas trimestrais da Caixa Geral de Depósitos e do BCP. Mas, segundo apurou o semanário, a tendência será a mesma.
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