Indústria do golfe tem impacto na economia e na construção e imobiliário

A indústria do golfe em Portugal tem um impacto muito positivo na economia portuguesa e transcende a área desportiva. O impacto deste setor abrange também a construção, o imobiliário e serviços imobiliários, a exploração turística e o turismo residencial.

De acordo com o estudo “Avaliação do Impacto da Indústria do Golfe em Portugal por via do Turismo Residencial e do Mercado Imobiliário”, este setor teve um impacto total de 760,5 milhões de euros em Portugal entre os anos de 2014 e 2024. O estudo foi apresentado no encontro internacional Golf Business Conference, que decorreu no Funchal entre 10 e 12 de novembro e que reuniu cerca de 150 dos profissionais mais influentes deste modalidade a nível mundial, para debater o futuro do setor. 

A análise, desenvolvida pela NOVA School of Business and Economics (NOVA SBE) e coordenado por João B. Duarte e Pedro Brinca, a pedido do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), conclui que a indústria do golfe é um grande motor de desenvolvimento económico e territorial do país, com relevante impacto no emprego, receita fiscal e valorização do imobiliário turístico.

Além dos 760,5 milhões de euros de produção total, entre 2014 e 2024, o setor do Golfe registou 407,9 milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto (VAB), 70,2 milhões de euros em receita fiscal (IVA e IRS) e 143,5 milhões de euros em remunerações, de acordo com as conclusões do estudo.

Setor gera mais de 800 de postos de trabalho por ano

O impacto da indústria do golfe na criação de emprego em Portugal é evidente, criando, anualmente, 810 postos de trabalho a tempo inteiro.

Mas a maior fatia do impacto económico que o setor tem no país pertence à construção, representando 679 milhões de euros em produção e 344 milhões em VAB. Por sua vez, a crescente procura de empreendimentos turísticos com campo de golfe ou nas suas imediações reflete-se num total de 81 milhões de euros nas atividades de venda e revenda imobiliária associadas à indústria desta modalidade desportiva.

Turismo residencial e imobiliário nacional em destaque

Segundo o estudo desenvolvido pela NOVA SBE, o golfe representa 12% da construção total do setor do turismo residencial e resorts no país, assim como 12% da mediação imobiliária de venda. Já na mediação de revenda corresponde a 24%.

Os imóveis localizados dentro ou ao redor dos campos de golfe valorizam 20% e os maiores prémios concentram-se em imóveis adjacentes ou com vista direta sobre os campos, com um valor médio 19% superior comparativamente às propriedades fora desses empreendimentos, de acordo com os dados da European Tour Destinations. 

O coordenador do estudo na NOVA SBE, João B. Duarte, sublinha, em comunicado, que os resultados desta análise “confirmam que o golfe é um setor estratégico para o país, com efeitos estruturais que ultrapassam o turismo e se estendem à construção e ao investimento residencial”, sendo mesmo “um ativo económico com forte capacidade de criação de valor e emprego”.

"O setor é hoje um pilar do turismo de qualidade e um fator de competitividade internacional do país, que deve ser valorizado"
Nuno Sepúlveda, presidente do CNIG

Já Nuno Sepúlveda, presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe, destaca a “relevância económica e social da indústria do golfe em Portugal” que é agora confirmada, “com base científica”, através do estudo desenvolvido pela instituição universitária. "O setor é hoje um pilar do turismo de qualidade e um fator de competitividade internacional do país, que deve ser valorizado", conclui.

Tendo em vista a promoção da coesão territorial e a valorização da prática de golfe em Portugal, o CNIG continua a trabalhar em temas como a redução do IVA, as linhas de apoio ao setor, a gestão eficiente dos recursos hídricos e outras iniciativas estratégicas.