Novos dados sobre a economia dos EUA vão ser avaliados “cuidadosamente” antes de voltar a cortar os juros.
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Fed corta juros nos EUA
Jerome Powell, presidente da Fed Getty images

A Reserva Federal (Fed) norte-americana voltou a reduzir as taxas de juro de referência em 25 pontos base esta quarta-feira, dia 10 de dezembro. Trata-se do terceiro corte dos juros nos EUA, deixando as taxas entre 3,50% e 3,75%. Sobre o futuro, Jerome Powell, presidente da Fed, admitiu que vai avaliar “cuidadosamente os dados que estão para vir" sobre a evolução da economia norte-americana antes de voltar a cortar os juros.

Depois de ter cortado os juros em setembro e em outubro, a Fed voltou a fazê-lo pela terceira vez este ano na reunião desta quarta-feira, dia 10 de dezembro. Mas a decisão não reuniu consenso por parte dos doze membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), uma vez que três votaram contra. Dois deles opuseram-se a qualquer redução dos juros e outro defendeu uma redução mais ampla, de meio ponto percentual.

Quem se opôs a qualquer descida dos juros nos EUA foi Jeffrey Schmid, presidente da Fed de Kansas City, e Austan Goolsbee, presidente da Fed de Chicago. Já a favor de um corte mais profundo declarou-se o governador Stephen Miran, recentemente nomeado pelo presidente Donald Trump, um acérrimo defensor de descidas mais acentuadas nos juros.

"A discussão foi acesa, mas tomámos uma decisão. Esperamos sempre que os dados nos deem um panorama mais claro", disse Jerome Powell considerando que a Fed enfrenta uma inflação e um desemprego mais elevados, o que representa um conflito entre os dois mandatos da instituição.

Para o responsável, as taxas de juro estão "no nível certo" para determinar a evolução da economia dos EUA, considerando os riscos tanto para o emprego como para a inflação. "Estamos bem posicionados para decidir a extensão e o momento de possíveis ajustes adicionais, dependendo da evolução da economia e das nossas perspetivas", acrescentou Powell na conferência de imprensa.

Juros nos EUA
Jerome Powell, presidente da Fed Getty images

Fed poderá voltar a reduzir os juros em 2026?

Sobre cortes de juros adicionais, o presidente da Fed admitiu que "avaliará cuidadosamente os dados que estão para vir" sobre a evolução da economia antes de o fazer. "Algumas pessoas acham que devemos parar por aqui, que estamos no sítio certo e que devemos esperar, e outras acham que devemos cortar mais no próximo ano", disse Powell.

Segundo as previsões atualizadas dos responsáveis da Fed, mais otimistas em relação ao crescimento económico e à inflação nos EUA, poderá ser necessário reduzir as taxas de juro apenas uma vez no próximo ano.

De acordo com essas projeções, os EUA poderão registar um crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3% em 2026 (em comparação com uma estimativa anterior de 1,8%). A inflação também poderá ser inferior ao esperado (2,4% contra 2,6%). Já o desemprego poderá manter-se no seu nível atual (4,4%).

No comunicado final, a Fed acrescentou algumas palavras que, segundo a AFP, não passarão despercebidas aos mercados, ao considerar que "a magnitude e o momento" de possíveis ajustes adicionais nos juros nos EUA dependerão da forma como a economia evoluir.

Importa recordar que o presidente da Fed, Jerome Powell, irá deixar o cargo na próxima primavera. O conselheiro económico de Donald Trump, Kevin Hassett, é atualmente considerado o favorito para lhe suceder.

*Com Lusa

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