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O dinheiro não estica, mas pode render mais. Fica a saber como
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Artigo escrito por joao.raposo@reorganiza.pt, partner da Reorganiza, para o idealista/news, no âmbito da rubrica “Trocado por Miúdos”.

Por vezes há a sensação que o dinheiro desaparece. Sobretudo quando chega o fim do mês e és capaz de dizer “não sei o que aconteceu mas o dinheiro desapareceu!”. A verdade é que o dinheiro não tem propriedades mágicas para que possa desaparecer. O que acontece nestas situações é que provavelmente a pessoa perdeu o rasto ao dinheiro.

É fácil perder o rasto ao dinheiro, pois muitas vezes são desprezadas muitas pequenas despesas, que acabam por fazer diferença no final do mês. Para que isso não aconteça podes sempre lembrar-te como fazer um orçamento para não deixares as tuas contas derraparem. 

Com as contas bem equilibradas será mais fácil poupares e até mesmo investires em produtos de maior risco, e consequentemente com maior potencial de retorno.

Antes de investires deves considerar cinco regras que ajudar-te-ão a teres maior sucesso:

1 - Procura conhecer o teu perfil de investidor
A relação que se tem com o dinheiro é diferente de pessoa para pessoa. Por isso, a primeira regra é recuperar a sábia máxima de Delfos do “conhece-te a ti mesmo”. Cada um sabe qual o nível de risco que está disposto a correr e isso vai definir o teu perfil de investidor. Pode ser que sejas um investidor conservador, moderado ou agressivo. E este perfil é algo que muda ao longo da vida. Pode acontecer que hoje estejas num perfil mais agressivo e amanhã sejas mais conservador.

2 - Procura conselhos financeiros
Esta regra é muitas vezes descurada, pois é frequente encontrar pessoas que decidem investir em “commodities” (por exemplo: trigo, café, petróleo, entre vários) sem terem qualquer conhecimento sobre o mercado. Ouvem que agora “o que está a dar” é investir em trigo e não percebem nada sobre o setor. Há vários especialistas que passam todas as horas de trabalho a estudar determinados setores e produzem relatórios que devem ser considerados antes de qualquer decisão de investimento.

3 - Não pôr os ovos todos no mesmo cesto
Este ditado popular é de uma sabedoria grande. A probabilidade de ocorrer uma queda e perder tudo de uma vez é diminuta quando divides os ovos por diferentes cestos. Também nos investimentos deves seguir a mesma regra. Se investires todo o dinheiro disponível num produto em que até tenhas muita confiança no seu sucesso estás a correr maior risco do que se dividires o montante por diferentes produtos financeiros. A lógica dos investimentos é baseada numa questão de expetativa. E como o futuro tem sempre imprevisibilidade corres menos risco de surgirem imprevistos que afetem todos os investimentos.  

4 - Agir e não reagir
Há uma diferença entre agir e reagir. A ação é mais racional do que a reação. Nos investimentos, sobretudo naqueles em que estás mais exposto ao risco, nunca podes descurar a razão. Investir com a emoção pode levar a grandes quebras. É importante que tenhas presente que vais perder dinheiro, mas não podes reagir. A regra é definir limites daquilo a que estás disposto a perder e a ganhar. Antes de investires o teu dinheiro faz um cálculo dos riscos a que estás disposto a correr. Por exemplo, se definiste que não podes perder mais que 10% do capital investido, quando vires o teu dinheiro a perder 7% ou 8%, mantém o teu propósito, pois as oscilações fazem parte e amanhã esse mesmo ativo pode estar com crescimentos. A lógica dos limites deve ser aplicada tanto para as perdas como para os ganhos. Por exemplo, se definiste que vendes quando chegar ao crescimento de 10%, sê racional e sai a tempo. Muitas perdas acontecem depois de vários ganhos elevados. É um mecanismo de ajustamento próprio dos mercados de valores.

5 - Cuidado com a inflação
A última regra que deves considerar é a alteração da taxa de inflação. Esta regra tem mais impacto para os investidores mais conservadores. Repara que se um banco está a vender um produto com risco muito baixo e que oferece uma taxa de juro na ordem dos 1%-1,5% pode ser que este retorno seja negativo. Como é que isto é possível? Devido à inflação. Se tens taxas de juro garantidas de valores baixos e que te obriguem a ter o capital imobilizado, por exemplo, um a dois anos, pode acontecer que passado o período de maturidade do investimento o dinheiro valha menos do que aquele que investiste inicialmente acrescido da taxa de juro que te oferecem.

Aqui ficam algumas das principais regras para fazeres com que o teu dinheiro renda mais, pois se o deixares debaixo do colchão ou mesmo na conta à ordem não terás qualquer mais-valia. O dinheiro não tem propriedades mágicas que o façam desaparecer ou esticar, mas podes tirar ganhos com investimentos ajustados ao teu perfil. Bons investimentos!

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