A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) está preocupada com que o sigilo dos dados fiscais e pessoais dos contribuintes venha a ser colocado em risco no âmbito do novo imposto adicional ao IMI, previsto no Orçamento do Estado (OE) para 2017. As trocas de informações fiscais entre a Autoridade Tributária e as câmaras, essencial para a aplicação da nova taxação a edifícios e terrenos que valham mais de 600 mil euros, é um dos pontos que mais alarma o organismo.
A CNPD, segundo o Jornal de Notícias, encontrou várias falhas no documento do OE2017, no que respeita à proteção e reserva da vida íntima dos cidadãos, receando que os dados pessoais e fiscais dos contribuintes venham parar à praça pública.
O artigo 207.'1 do OE, alvo da critica da CNPD, prevê que o nome, o número de identificação fiscal e o domicílio fiscal dos contribuintes sejam cedidos pela Autoridade Tributária aos municípios, acompanhados do "valor patrimonial tributário para efeitos do IMI de cada prédio situado no seu território".
O problema reside - sublinha a presidente da CNPD, Filipa Calvão, citada pelo jornal - no facto de o Parlamento não ter decidido especificar um único e exclusivo meio para a transmissão dessa informação, já que no OE admite-se que poderá ocorrer por email ou através do portal das Finanças.
A Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças já foi informada pelo organismo de que é necessário corrigir tais falhas e limitar o acesso aos dados fiscais dos contribuintes no documento, aprovado pela Assembleia da República.
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