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A bolsa do imobiliário em Portugal deverá ter 25 empresas cotadas em cinco anos
Zach Rowlandson/Unsplash

Com a entrada em vigor em Portugal do regime das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGIs), que em Espanha – chamam-se SOCIMIs – são um sucesso, a bolsa do imobiliário nacional deverá contar com 25 empresas cotadas em bolsa nos próximos cinco anos, com um valor de capitalização superior a 7 mil milhões de euros. O país está a dar os primeiros passos no mercado dos Real Estate Investment Trusts (REITs), tendo o Governo dado luz verde à criação do regime em janeiro passado.

“As SOCIMIs são um verdadeiro sucesso em Espanha e, em 6 anos, fizeram disparar o investimento internacional no mercado imobiliário do país. São hoje mais de 70 entidades cotadas em Bolsa com um valor de capitalização acima dos 23 mil milhões de euros. Se em Portugal, o mercado das SIGIs conseguir estabelecer-se com um dimensão de cerca de um terço de Espanha, que é a proporção existente atualmente entre o volume de investimento imobiliário comercial nos dois mercados (de 11,8 mil milhões de euros versus 3,5 mil milhões de euros) poderemos estar a falar de um universo, em cinco anos, de cerca de 25 cotadas para uma capitalização bolsista acima dos 7 mil milhões de euros”, diz Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield e responsável pela área avaliação de fundos de investimento na GLOVAL.

Tendo em conta a importância deste regime, a Prime Yield, parte da Gloval e a DLA Piper lançaram um guia de investimento dirigido aos investidores que pretendem integrar este tipo de veículos na Ibéria. O documento chama-se “Guia de Investimento para SOCIMIs e SIGIs 2019” e foi apresentado em Madrid e Lisboa nos dias 4 e 5 de junho, respetivamente, disponibilizando uma análise comparada entre Espanha e Portugal no contexto económico, imobiliário e relativamente ao enquadramento legal e fiscal das sociedades de investimento imobiliário cotadas em cada país. 

Segundo Nelson Rêgo, são várias as vantagens de ter um regime equiparável em Espanha e Portugal: “Mesmo com as respetivas nuances e os ritmos próprios de cada país, ser permitido investir através de sociedades imobiliárias cotadas em ambos os países pode abrir o mercado a uma nova vaga de investimento com foco pan-ibérico. Ou seja, atrair investidores com estratégias integradas que olham para este território como um todo. Isso será muito benéfico quer para Portugal, que é visto como um mercado mais emergente em termos europeus e que pode, assim, ganhar mais escala; quer para Espanha, que compete com outros mercados de grande consolidação e pode conquistar novos investidores”.

Já Luís Filipe Carvalho, Sócio da DLA Piper responsável pelo departamento imobiliário em Portugal, considera que as SOCIMIs “impulsionaram o investimento imobiliário e o mercado de arrendamento” em Espanha e que as SIGIs podem ter um “percurso idêntico” a nível nacional. “Foi com este enquadramento que a DLA Piper e a GLOVAL se associaram para a elaboração do primeiro Guia de Investimento em SOCIMIs e em SIGIs, comparando os dois mercados quer a nível jurídico quer a nível imobiliário, conferindo-lhe um ângulo privilegiado”, sustenta.

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