Obra estava embargada depois da autarquia ter detetado “desconformidades”. Promotor apresentou então um novo pedido de licenciamento.
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Sintra: projeto para converter Gandarinha em hotel de luxo com luz verde condicionada do Património
Obra insere-se na paisagem cultural de Sintra, classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. wikimedia_commons

O projeto para transformar a antiga casa da Gandarinha, em Sintra, numa unidade hoteleira de cinco estrelas acaba de conseguir um parecer favorável condicionado por parte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que antes tinha chumbado a obra. A empreitada do Turim Palace Hotel estava embargada desde fevereiro de 2019, depois de de a autarquia ter detetado “desconformidades” com o que fora aprovado e licenciado. O promotor apresentou então um pedido de licenciamento das alterações feitas relativamente ao projeto inicial, que foi encaminhado para a DGPC para ser apreciado.

Com as alterações e correções efetuadas pelo promotor ao longo destes meses, tudo parece estar agora encaminhado para que o organismo público de proteção do património​ dê aval às alterações, segundo conta o Público, destacando que a obra se insere na paisagem cultural de Sintra, classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, e está abrangida pela Zona Especial de Proteção do Castelo dos Mouros, Cisterna e Igreja de Santa Maria.

A DGPC, citada pelo jornal, justifica a decisão por entender que “as questões mencionadas nos diferentes pareceres técnicos de arquitetura, arqueologia e paisagismo e demais despachos superiores foram corrigidas, enquadradas, esclarecidas e respondidas parcialmente”, frisando, no entanto, que persistem ainda “um conjunto de soluções a solucionar/esclarecer, e não um parecer favorável”. Aguarda ainda a entrega de novo aditamento (será o sétimo) da proposta para reanálise.

Há décadas que se fala em projetos para os terrenos da antiga Casa da Gandarinha. O que está agora em curso, recorda o diário, remonta a setembro de 2005, altura em que foi aprovado pelo então presidente Fernando Seara. 

Entre processos judiciais, a revogação da caducidade do licenciamento, em 2013, já com Basílio Horta à frente do município, a obra arrancaria apenas em 2017 e, desde então, tem estado envolta em polémica. Primeiro, porque arrancou sem que os estudos pedidos pelo Ippar tivessem sido realizados — foram-no já depois de os trabalhos terem começado. Depois porque a câmara decretou o embargo da obra e identificou, em pelo menos duas ocasiões, que este estava a ser desrespeitado.

No final de setembro, numa reunião entre o Conselho de Cultura de Sintra e o Conselho de Opinião da Paisagem Cultural de Sintra, Basílio Horta mostrou-se disponível a terminar com o embargo da obra, assim que o Património “der o parecer favorável ao hotel”, conta o Público na mesma notícia.

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