Negócios de luxo em Lisboa em tempos de pandemia: edifício na Rua do Alecrim muda de mãos

O Nº 53 da Rua do Alecrim, em Lisboa, foi vendido pela Lace Investment Partners, em representação do fundo Real Added Value PN – FIIF, ao promotor imobiliário Vivium Properties, que opera em Portugal desde 2018, com foco no segmento residencial de luxo. Trata-se de um empreendimento que será apresentado em breve e que terá 17 apartamentos “únicos e com uma identidade própria, numa simbiose entre o moderno e o histórico”, adianta em comunicado a CBRE, que atuou no negócio em nome do vendedor. O valor da transação, que se consumou em plena pandemia de Covid-19, não foi revelado.

“O edifício, através do qual a carteira de investimento da Vivium Properties passou a totalizar 30 milhões de euros, conta com fachada para a Rua do Alecrim e a tardoz para a Rua das Flores, tirando proveito de um sistema de vistas ímpar para o Rio Tejo e para a cidade de Lisboa. São também de realçar os pormenores patrimoniais do ativo, como os painéis de azulejos pombalinos, caixa de escadas, pisos e tetos trabalhados, que o novo proprietário irá recuperar”, lê-se no documento.

Segundo a CBRE, o projeto previsto para o Nº 53 da Rua do Alecrim é da autoria do atelier Fragmentos e foi inicialmente submetido à apreciação da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) em maio de 2018, tendo depois sido submetido na Câmara Municipal de Lisboa em janeiro de 2019 e obtido deferimento total em dezembro do mesmo ano. “O facto de ter sido vendido devoluto e com licença de construção a pagamento foi a chave para o sucesso desta operação, contribuindo para o interesse de diversos investidores”, diz a consultora.

Para Rami Moughabghab, Managing Director da Vivium Properties, trata-se de um ativo que se enquadra “perfeitamente no portefólio de projetos residenciais de luxo da Vivium”. “O facto desta transação ter sido executada no período pandémico que vivemos reforça a crença da Vivium na resiliência e capacidade de criação de valor do mercado imobiliário português a longo-prazo”, acrescenta.

Miguel Gonçalves Ferreira, responsável da área de Development Properties da CBRE, sublinha que o sucesso desta transação esteve ligado ao facto de o edifício ter sido vendido enquanto um projeto finalista, ou seja, pronto a iniciar a construção e as vendas. “É notório que os prazos de licenciamento são cada vez mais alargados, pelo que estamos certos de que o investimento em licenciamento por parte dos proprietários/vendedores é não só um garante de valor, mas também de liquidez dos projetos de reabilitação urbana. A enorme resiliência do mercado imobiliário e esta transação são a prova disso (…)”, comenta.

Já Bernardo Pinto Basto, sócio e CEO da Lace Investment Partners, diz estar muito satisfeito com o facto de se ter “finalizado mais uma transação com sucesso, muito importante para a racionalização da exposição do fundo a setores mais estratégicos”.