
O investimento no setor imobiliário deverá fixar-se no patamar dos 3 mil milhões de euros em 2023, mantendo uma “performance positiva e apresentando fundamentos fortes”, segundo as previsões da CBRE Portugal. A consultora apresentou as principais tendências do mercado para este ano, num evento que teve lugar no Pavilhão Carlos Lopes e reuniu mais de 450 investidores nacionais e estrangeiros
A obtenção e o custo do crédito, bem como o desfasamento de expectativas de preços entre vendedor e comprador, serão os principais riscos, segundo a consultora, que coloca, pela primeira vez, Lisboa no 6.º lugar do ranking das cidades mais atrativas para investir na Europa. Sob o mote ‘Portugal Market Outlook 2023 – Reshaping the Future’, a CBRE apresentou as principais tendências do setor imobiliário para este ano nas áreas de investimento, escritórios, retalho, logística, hotelaria, ativos alternativos e habitação.
“No contexto económico nacional fica, para já, afastado o cenário de recessão em 2023 e espera-se a manutenção de uma taxa de desempenho relativamente estável. A maior incerteza prende-se com a rapidez e o grau de crescimento das taxas de juro, intimamente ligadas à necessidade de reduzir a inflação conforme anunciado ontem pela presidente do Banco Central Europeu”, diz a CBRE.

Segmentos imobiliários: o que esperar
- Na área da sustentabilidade, verifica-se que a componente Social da sigla ESG (Environmental, Social, Governance) ganha cada vez maior importância, mas a tendência que a CBRE antecipa para 2023 é a adoção, por parte das empresas, de uma estratégia integrada, que contribua para o cumprimento das métricas definidas pelo Governo e pelas Nações Unidas;
- No setor dos escritórios, prevê-se um volume de investimento idêntico ao de 2022, enquanto que na logística e na hotelaria antecipa-se que possa ser inferior, sobretudo pelo facto de 2022 ter sido um ano atípico nestas duas classes de ativos, com a transação de portefólios emblemáticos que representaram uma fatia significativa no volume total de investimento em Portugal;
- Já no retalho, é provável que o volume investido venha a registar um aumento pelas diversas oportunidades já detetadas ligadas aos supermercados e ao setor dos centros comerciais;
- No setor residencial, a conjuntura económica deverá levar a uma estabilização do número de casas vendidas, porém, o desfasamento entre a oferta e a procura, o aumento dos custos de construção e a reduzida atividade de promoção imobiliária em algumas regiões sustentarão a subida dos preços de venda. O mercado de arrendamento também registará uma tendência de subida nos preços das rendas ao longo de 2023, fortemente impulsionada pelo elevado custo do crédito;
- Por fim, no que a consultora designa como setores alternativos, as residências de estudantes, as residências para seniores e cuidados de saúde, bem como a área de agribusiness (investimento em ativos imobiliários agrícolas) deverão registar interessantes oportunidades de investimento.
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