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Sabias que o teu patrão pode ler as mensagens privadas que envias no trabalho?
GTRES

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos determinou que os patrões podem ler as mensagens privadas que os funcionários enviam no horário de trabalho. Uma decisão tomada na sequência de um cidadão romeno ter contestado o facto de ter sido despedido depois do empregador espiar o seu chat do Yahoo, provando desta forma que este estava a tratar de assuntos pessoais durante o trabalho.

“Não deixa de ser razoável se um empregador desejar verificar se os empregados estão a cumprir as funções para as quais foram contratados durante o horário de trabalho”, determinou o tribunal de Estrasburgo, França.

Segundo o Jornal de Negócios, a notícia foi avançada pela Bloomberg. Citado pela agência, Michael Burd, chefe-adjunto dos recursos humanos da Lewis Silkin, disse que “esta decisão é significativa para vários países europeus”, já que torna legal que as comunicações pessoais realizadas no local de trabalho possam influenciar as decisões do empregador. “O que é significativo neste caso é que foi permitido usar [como argumento] o conteúdo [das mensagens enviadas], não apenas o facto de [o funcionário] estar a usar o Yahoo”, referiu.

O caso em causa remonta a 2008, quando Bogdan Mihai Barbulescu apresentou uma ação contra a Roménia no Tribunal dos Direitos Humanos. O engenheiro contestava a determinação favorável das autoridades nacionais sobre o caso, argumentando que a decisão do empregador para terminar o seu contrato teve como base uma violação do seus direitos e do respeito pela sua vida e correspondência privada.

Terá sido pedido a Barbulescu que criasse uma conta de Yahoo para responder às perguntas dos clientes. Em julho de 2007, o funcionário foi informado que o seu chat nesta plataforma estava a ser monitorizado há vários dias, provando que este havia desrespeitado as regras da empresa e usado a plataforma para tratar de assuntos pessoais.

“A monitorização do empregador foi limitada na sua abrangência e proporção. [O funcionário] não conseguiu explicar convincentemente porque usou a conta do Yahoo Messenger para tratar de assuntos pessoais”, disse o tribunal europeu, concluindo que, assim sendo, “nada indica que as autoridades nacionais erraram no julgamento deste caso”.

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