
A recuperação da economia e do mercado de trabalho não está a refletir-se positivamente no crescimento dos salários dos portugueses. As remunerações dos trabalhadores continuam estagnadas e ainda abaixo dos valores de há 18 anos, segundo um relatório de Bruxelas. Pior que os portugueses, só mesmo os italianos.
Ao longo dos 18 anos de recuperação, iniciada em 2000, a evolução dos salários reais na União Europeia (UE) tem ficado, em média, aquém da produtividade. Entre 2015 e 2017, a evolução real dos salários em Portugal, por exemplo, foi mesmo negativa. O cenário repetiu-se nesses anos em outros oito estados-membros da UE, nomeadamente na Bélgica, Chipre, Croácia, Finlândia, Grécia, Itália, Holanda e Espanha, mas são os italianos e portugueses que continuam a ocupar os últimos lugares da tabela.
As conclusões foram apresentadas no projeto de Relatório Conjunto sobre o Emprego, da Comissão e do Conselho Europeus, no âmbito do semestre europeu, e revelam uma “recuperação moderada” dos salários em Portugal. Os técnicos que analisam o mercado laboral da UE mostram-se, aliás, surpreendidos com este cenário.
Salários não reagem à queda do desemprego
“O crescimento salarial continua abaixo do que se poderia esperar com base nos atuais níveis de desemprego”, lê-se no relatório, citado pelo Dinheiro Vivo, que reconhece um crescimento salarial moderado neste período, e uma recuperação que “parece não reagir à descida da taxa de desemprego tal como sucedeu em ciclos económicos anteriores”. Os dados “sugerem que os salários se tornaram menos sensíveis à taxa de desemprego na economia”.
O relatório revela ainda que este crescimento moderado pode ser explicado “pela baixa inflação, pelo baixo crescimento da produtividade e pelo efeito de algumas reformas do mercado de trabalho”,.
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