Depois de ter decretado o teletrabalho obrigatório até final deste ano, devido à pandemia da Covid-19, o Governo admite agora fazer ajustes e alterar o decreto-lei que desenhou e foi promulgado pelo Presidente da República. O objetivo do Executivo socialista de António Costa é, desta forma, evitar uma nova união dos partidos da esquerda à direita, num momento em que na Assembleia da República se desenhava mais uma coligação da oposição, exatamente, para fazer cair a obrigatoriedade do teletrabalho até ao final do ano.
Ao Expresso, o secretário de Estado Adjunto e do Trabalho diz que “o Governo tem flexibilidade para, no quadro parlamentar”, alterar o decreto-lei. “Não temos uma opção fechada”, acrescenta Miguel Cabrita.
Contudo, o governante apresenta duas “preocupações”. Em primeiro lugar, espera que “no dia em que termine o estado de emergência estejam em vigor regras para o teletrabalho” que sejam semelhantes às que existiam antes do estado de emergência; e, em segundo lugar, que seja um “desconfinamento faseado e adaptado aos riscos sanitários”.
As mudanças no teletrabalho provocaram um encontro de vontades do PSD ao PCP (que pediram apreciação parlamentar, bem como a Iniciativa Liberal e o CDS). Para o PSD não está tanto em causa a cessação de vigência por inteiro, mas sim a apresentação de propostas e o diabo pode estar nos detalhes.
A discussão do tema em plenário ainda não foi agendada. Antes, e tal como conta o jornal, os partidos vão ainda discutir a 5 de maio de 2021 as alterações permanentes ao regime do teletrabalho, a reboque de uma proposta do BE. As duas discussões, entre o regime temporário e o permanente, vão andar lado a lado e ainda não é certo que todos os partidos consigam encontrar-se a meio caminho.
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