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O conceito de sexta-feira negra não se poderia adaptar melhor do que o que aconteceu à Fnac. Com uma forte campanha para celebrar o Black Friday de 2016, uma tradição norte-americana de grandes descontos que já contaminou o comércio em Portugal, a cadeia de lojas enviou na quarta-feira passada uma mensagem promocional para cerca de 60 mil aderentes. Mas por engano, os utilizadores foram direcionados para um site da concorrência, o da Worten.

O lapso, devido ao uso de uma URL equivocada, foi relatado nas redes sociais por quem recebeu o SMS da Fnac. Fonte oficial da empresa, citada pelo Público,  explica que “o link enviado pela Fnac redireccionava para uma página da Internet inexistente” e que este “foi rapidamente registado e redireccionado para a homepage de um concorrente da Fnac”, dando nota de que "o erro foi corrigido através do “reenvio do SMS contendo o link correcto ao mesmo universo de clientes da Fnac”.

Nas poucas horas que passaram entre um envio e outro, o site da Worten – que não tem promoções associadas ao conceito Black Friday – registou "algum acréscimo no tráfego/visitantes", aponta fonte da empresa, em declarações ao jornal, sem todavia indicar números específicos.

ASAE vigia descontos da sexta-feira negra

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) promete que vai ter o Black Friday na mira, para apurar “eventuais ilícitos” que possam ocorrer durante a Black Friday. Para isso, a entidade vai fazer várias ações de fiscalização para assegurar “o integral cumprimento da legislação em vigor”, conta ainda o Público.

Em causa estão infrações praticadas com a redução de preços, nomeadamente vendas abaixo do custo ou campanhas consideradas enganosas.

As queixas de preços inflacionados na véspera das promoções levaram a Deco a analisar 1862 produtos no ano passado e a associação de consumidores concluiu que nos dias antes do Black Friday foram muitas as lojas que aumentaram os preços. 

“Esta manipulação não foi generalizada, mas 5% dos produtos com descontos anunciados nessa altura violavam a Lei das Práticas Comerciais Desleais e a Lei dos Saldos e das Promoções”, refere a Deco Proteste, que este ano tem uma ferramenta online que permite confirmar se a loja está “mesmo a propor um bom negócio”.

O site analisa a variação do preço online nos últimos 30 dias para que o consumidor saiba se o desconto proposto é ou não vantajoso, mas inclui apenas electrodomésticos e tecnologia. Tito Rodrigues, jurista da Deco, explicou ao diário que estas são as áreas onde se têm “sentido mais variações de preços”.

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