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A cimeira tecnológica terminou e é chegada a hora do rescaldo, ou como quem diz, de fazer contas. Durante esta semana, cerca de 1.500 investidores passaram pela Web Summit (WS), em Lisboa, à procura de negócios. Mas o que é que é surpreendente? Aquilo que este conjunto de pessoas vale, na totalidade. A sua carteira de investimentos ascende os 500.000 milhões de euros. Significa isto que, se fossem um país, a sua economia seria três vezes mais rica que a de Portugal.

Várias questões foram levantadas durante o decorrer do evento, nomeadamente se Portugal deveria ou não associar-se a esta cimeira, e se o retorno da iniciativa seria ou não relevante para o país. A maioria dos participantes e organizadores não tem dúvidas sobre o retorno desse investimento, que pode ser quase imediato, dizem.

“Aqui há mais oportunidades”

Segundo o Público, que falou com alguns dos presentes, as opiniões são unânimes, até no que diz respeito às startups, que pagaram 850 euros para conseguir marcar presença no evento. O fundador de uma delas, Pedro Vilela, que lidera a Hand2Hand, afirmou que a WS tem um impacto brutal. “Conheci a WS ainda na Irlanda, estive lá com uma startup inglesa para a qual trabalhava na altura e posso dizer que esta edição de Lisboa não tem nada a ver. Aqui há mais oportunidades, mais investidores, e notei, como outros empreendedores, que os investidores estavam mais focados que em 2016. Sabiam o que queriam, ao que vinham e não perderam tempo a ver o que há por aí”, contou.

O investidor Bay McLaughlin corrobora esta ideia, revelando que só descobriu as startups portuguesas por causa desta cimeira. “Não é que eu não quisesse vir a Lisboa antes, a questão é que gente como eu tem mais que fazer”, disse, revelando a seguir o porquê de isso acontecer. “Eu não vou ao Cazaquistão a não ser que haja por lá uma grande conferência ou um evento relacionado com aquilo que faço. Se houver algo deste género aumenta a probabilidade de eu querer lá estar e de voltar. Neste caso, não só voltei a Portugal, depois da presença na edição de 2016, como também vou alargar a minha estadia ao Porto, porque há um ano estabeleci contactos com pessoas e projetos que me interessam e que agora pretendo conhecer no ambiente deles”.

“300 milhões são apenas a ponta do iceberg”

Sabe-se que a WS vai ter um impacto direto de cerca de 300 milhões de euros na Economia portuguesa. Mas a secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, revela que este número é apenas “a ponta do iceberg”. Garante que viu empresas que lideram setores e atividades a nível nacional ou mundial, “como a EDP Inovação ou a Vestas, a Microsoft ou a Amazon, a ajudarem na criação de redes de apoio ao empreendedorismo e a fecharem negócios com empresas portuguesas, algumas das quais acabadas de nascer”. “Estou a falar de vendas, não é só palavras. São vendas, imediatas, uma coisa tangível”, sublinhou, reconhecendo que há um lado intangível, que é difícil de medir.

Por agora é tudo, mas para o ano haverá mais WS em Portugal.

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