O grupo acedeu ao regime de moratórias que lhe permitiu adiar cerca de 340 milhões de euros de reembolsos de capital e de juros.
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Mota-Engil reforça moratórias e adia investimentos previstos para assegurar liquidez
Photo by Etienne Girardet on Unsplash

O contexto pandémico penalizou os resultados da construtora portuguesa Mota-Engil que, no primeiro semestre do ano, para assegurar a gestão da liquidez dos negócios, se viu “obrigada” a reforçar o recurso às moratórias e adiar investimentos previstos para este ano. O grupo também negociou linhas adicionais de liquidez com a banca para enfrentar a pandemia, que provocou um impacto negativo de 280 milhões de euros no seu volume de negócios até junho.

Na apresentação dos resultados dos primeiros seis meses, o grupo revelou ter acedido ao regime de moratórias que lhe permitiu adiar cerca de 340 milhões de euros de reembolsos de capital e de juros, segundo a notícia avançada pelo Jornal de Negócios. O grupo revelou ainda estar a “negociar linhas adicionais de liquidez com os bancos portugueses” no âmbito das linhas Covid no montante de cerca de 23 milhões. Alguns investimentos previstos ainda para este ano também foram revistos em baixa: montante inicial estimado rondava os 200 a 250 milhões e baixou para os 170/180 milhões.

A construtora portuguesa fechou a primeira metade deste ano com um prejuízo de 5,04 milhões de euros, valor que compara com 8,13 milhões de euros de euros no período homólogo, de acordo com um comunicado do grupo enviado à CMVM. Nos primeiros seis meses do ano, o volume de negócios do grupo de origem lusa e com forte presença internacional caiu 14% para os 1,2 mil milhões de euros, sendo o impacto da Covid-19 contabilizado em 280 milhões de euros.

Chinesa CCCC vai entrar na Mota-Engil este ano

Entretanto, a construtora anunciou estar na fase final das negociações de um acordo de parceria estratégica e investimento com "um dos maiores grupos de infraestruturas do mundo (top 5), com uma atividade significativa a nível mundial". Já está confirmado, de resto, que a nova acionista será a gigante CCCC - China Communication Construction Corporation, empresa com a qual tem uma parceria estratégica desde 2019.

O CEO da Mota-Engil, Gonçalo Moura Martins, aponta o quarto trimestre como data para a concretização da transação que vai assegurar mais de 30% do grupo português à quarta maior construtora do mundo. A operação “vai levar a companhia a outra dimensão nos próximos anos”, garante o responsável, citado pela mesma publicação.

Moura Martins salienta as dificuldades dos últimos anos e o atual contexto pandémico, mas garante que com a parceria vão ter “mais soluções de financiamento para fortalecer o balanço, monetizar ativos e ter mais alternativas em termos de financiamento não só para a empresa como também para os clientes”.

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