
A aprovação da construção de um hotel de cinco estrelas no lugar da Rede, concelho de Mesão Frio – um projeto antigo retomado pelo empresário Mário Ferreira –, abre “caminho para uma futura exclusão da lista de património mundial” do Douro vinhateiro. O alerta é dado pela Comissão Nacional da Unesco (CNU), sendo que o projeto está em consulta pública até dia 29 de janeiro de 2021.
Em causa está o licenciamento e respetiva construção de um hotel com 180 quartos, um projeto que, segundo o parecer técnico do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), é “fora de escala e significativamente dissonante com a paisagem do Alto Douro Vinhateiro”.
De acordo com o Público, o ICOMOS é uma organização não-governamental, com sede em Paris, ligada à Unesco, que estabelece os critérios para a conservação e proteção de locais e bens classificados como património cultural da humanidade. O guia de avaliação de impactos formulado por este organismo, a que a publicação teve acesso, refere que a construção do Douro Marina Hotel terá impactos negativos, diretos, indirectos, certos, permanentes, irreversíveis, de magnitude elevada e não minimizáveis.
“A intervenção proposta afeta directamente os critérios que serviram de base à conscrição do bem na lista, [pelo que] recomendo que o Estado Parte não conceda a licença ao empreendimento. Também se insta que o Estado Parte se restrinja às recomendações apresentadas na revisão técnica do ICOMOS no que respeita aos projetos futuros”, refere o embaixador José Moraes Cabral, que preside à CNU, ao dar seguimento ao relatório técnico elaborado pelos especialistas que dão assessoria às decisões da Unesco.
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