O projeto arrancou em 2018 e vive da união de esforços entre voluntários e moradores. Um projeto pedagógico que aproxima a comunidade da natureza.
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Hortas comunitárias
Crédito: Facebook Bela Flor Respira – Agrofloresta de Campolide

Foi no bairro de Campolide, em Lisboa, que nasceu a Bela Flor Respira, a primeira agrofloresta com cariz pedagógico, ambiental e social da cidade. Trata-se de um projeto aberto a toda a comunidade onde as flores silvestres convivem com as ervas aromáticas e produtos hortícolas. Um terreno abandonado que ganhou vida com esta horta e jardim que é de todos.

Semear alfaces, tomates e couves, mas semear, também, o convívio entre gerações. Na Bela Flor, voluntários e moradores unem esforços para cuidar da horta, mas também para aprender a valorizar os recursos os alimentos e a necessidade de manutenção dos espaços verdes.  “Este é um projeto de transição ecológica, que transformou um baldio esquecido, num espaço produtivo, regenerativo e de encontro comunitário. Só foi possível com o envolvimento da comunidade e da cidade”, lê-se no site da iniciativa.

Joaquim Espada, formador residente do Bela Flor Respira – Agrofloresta de Campolide, especializado em agricultura sintrópica, está ligado a este espaço desde que o projeto arrancou em 2018. Conta em entrevista à Greensavers que o envolvimento da comunidade continua a crescer e que já é bastante positivo. “A pouco e pouco acho que se vão envolvendo, começam a pensar: ‘esta gente já está aqui há tanto tempo, se calhar não se vão embora. Vieram aqui para ficar’”, diz à publicação.

Desde que o projeto foi criado, desenvolveram várias interações entre plantar, colher e partilhar. Até ao início de 2020, de acordo com as informações disponibilizadas no site da Bela Flor, dinamizaram 10 cursos, com várias formações em agrofloresta. E embora a pandemia tenha provocado alguns atrasos no projeto, mantêm a tradição e os encontros semanais à quinta-feira para cuidar e manter as plantações desta horta urbana.

Cátia Sá, especializada em dinamização comunitária, e uma das caras da Bela Flor, explica que qualquer pessoa pode fazer parte deste projeto. “No outro dia chegámos cá e estava esta linha plantada de couves. Depois apareceu um vizinho e disse: “eu vim da terra, tinha aquelas couves e vi que estão a fazer assim essas linhas e plantei aí também”; então a dinâmica também é essa, que as pessoas se vão chegando e apropriando do espaço – dinamizar o espaço elas próprias”, diz à Greensavers.

Apesar do acompanhamento por parte dos formadores e da equipa da Junta de Freguesia de Campolide, a Bela Flor é um espaço aberto onde qualquer um pode entrar e ajudar. “Há muitas hortas em Lisboa. Esta tem a particularidade de ser um espaço aberto, não tem chave para entrar, não tem dono, e é de todos”, acrescenta Cátia Sá.

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