
O mercado imobiliário continuou resiliente ao novo contexto económico ao longo de 2022, já que a venda de casas seguiu a bom ritmo e a construção também, apesar dos constrangimentos no abastecimento dos materiais e da falta de mão de obra. Mas a verdade é que a remuneração bruta total dos trabalhadores da construção e do imobiliário caiu, pelo menos, 2,5% em termos reais entre 2022 e 2021, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira publicados.
Em termos reais, os salários brutos médios desceram em todas as atividades económicas em Portugal, tendo as remunerações médias a nível nacional caído 4% para 1.232 euros mensais em 2022, informa o INE esta quinta-feira, dia 9 de fevereiro. Aqui, os salários brutos no imobiliário e na construção foram dos que menos desceram:
- Imobiliário: salários brutos reais desceram 2,5% entre 2021 e 2022 para 1.046 euros por mês;
- Construção: remunerações mensais reais caíram ainda mais (2,8%) em 2022 face ao ano anterior, para 924 euros.
Em termos nominais, a realidade é outra. Os salários brutos médios subiram 3,6% a nível nacional em 2022 face a 2021, para 1.411 euros por mês. As atividades imobiliárias e a construção foram das atividades económicas onde os salários brutos mais cresceram em 2022:
- Imobiliário: salários brutos subiram 5,2% entre 2021 e 2022, em termos nominais, para 1.199 euros por mês;
- Construção: remunerações brutas subiram 4,9% entre estes dois momentos para 1.057 euros por mês.
Salário médio por trabalhador diminui 4,0% em termos reais em 2022
A remuneração bruta total mensal média por trabalhador português aumentou 3,6% em termos nominais, mas recuou 4,0% em termos reais, em 2022 face a 2021, somando 1.411 euros, segundo conclui o INE.
Em 2021, a remuneração total tinha aumentado em ambos os termos: 3,5% em termos nominais e 2,2% em termos reais.
No ano passado, a remuneração bruta regular mensal - que exclui subsídios de férias e Natal, sendo, portanto menos sazonal – foi de 1.140 euros, registando um aumento nominal de 3,1% e uma diminuição real de 4,4% (em 2021, tinha aumentado 3,1% e 1,8%, não ajustando e ajustando pela inflação, respetivamente).
Ainda em 2022, a remuneração bruta base mensal situou-se em 1.070 euros e registou um acréscimo nominal de 3,0% e um decréscimo real de 4,5% (em 2021, havia aumentado 3,0% e 1,7%, em termos nominais e reais, respetivamente).
De notar que, em 2022, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) teve uma variação positiva de 7,8% e tinha sido de 1,3% em 2021.
*Com Lusa
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