
Na Alemanha, o salário mínimo subiu 22,2% este ano para 1.981 euros por mês, tendo a inflação aumentando para um valor entre os 8% e 9%. A diferença, cerca de 14%, é a maior, de longe, entre 20 países da União Europeia (UE), o que resulta num ganho de poder de compra considerável face a outras nações. Portugal, por exemplo, encontra-se abaixo da média da UE, já em terreno negativo, com as pessoas a sentirem mais no orçamento o aumento do custo de vida.
Segundo o Jornal de Negócios, que se baseia em dados da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound), que cobrem 20 países da UE, entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, o salário mínimo aumentou em média 12% em termos nominais. Já a inflação (IHPC) foi em média de 12,7% nestes países (dezembro a dezembro), ou de 11,6% (na média de 12 meses terminada em dezembro). Feitas as contas, e média da UE relativamente ao ganho de poder de compra encontra-se ainda em terreno positivo.
Numa avaliação por países, a Letónia aparece em segundo lugar do ranking, a seguir à Alemanha, tendo a subida de 24% do salário mínimo sido absorvida, em grande parte, pela inflação. A fechar o pódio dos países onde o ganho de poder de compra é maior, tendo em conta o salário mínimo e a inflação, encontra-se a Roménia, com um rácio superior a 5%, tal como o da Letónia.
No caso de Portugal, escreve a publicação, o salário mínimo aumentou para 877 euros por cada mês (uma vez que os 760 euros serão pagos 14 vezes por ano), o que representa um aumento de 7,8% em termos nominais, inferior, portanto, à média da UE (12%). Já a inflação atingiu 9,8%, se se considerar o valor homólogo, e 8,1%, se considerada a média de 12 meses (ambos em dezembro). Ou seja, há uma perda real (-2%) ou quase estagnação do poder de compra (-0,3%), face à inflação registada, ficando em ambos os casos abaixo da média.
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