O Hot Club de Portugal vai ter uma morada, pelo menos, durante os próximos 50 anos. Isto porque a autarquia de Lisboa decidiu atribuir-lhe o direito de superfície de um prédio municipal na Praça da Alegria por um prazo inicial de 50 anos. Em contrapartida, o Hot Clube terá de reabilitar e recuperar o imóvel.
A atribuição do direito de superfície ao Hot Clube foi aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal de Lisboa esta quarta-feira, dia 21 de fevereiro. Com esta decisão, a autarquia de Lisboa e o Hot Clube de Portugal asseguram a continuidade, na emblemática Praça da Alegria, de um dos mais antigos clubes de jazz da Europa, explicam em comunicado enviado às redações.
Este prédio municipal situa-se nos números 47 a 49 da Praça da Alegria e vai ser reabilitado em duas fases. A ideia é que o Hot Clube Portugal possa retomar a sua atividade no local já em 2025. Recorde-se que em janeiro do ano passado o clube de jazz encerrou devido às más condições do edifício que ocupava na mesma praça lisboeta.
“A visão deste executivo municipal é a de uma cidade com a cultura no centro. Uma cidade em que a Cultura é para todos, é descentralizada e está viva e renovada. O Hot Clube presta um serviço de excelência à cidade e contribui de forma ímpar para a sua dinamização cultural, projetando Lisboa como uma referência pulsante da Cultura e, neste caso particular, da música jazz”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, citado no documento.
“A Câmara Municipal de Lisboa esteve, desde a primeira hora, empenhada no apoio ao Hot Clube e em disponibilizar um espaço que lhe permitisse manter a sua atividade e a sua programação. Felizmente, foi possível encontrar uma solução na Praça da Alegria, tal como esta instituição pretendia, solução essa que permitirá, em articulação com o Parque Mayer, a concretização de um grande polo cultural nesta zona de Lisboa”, acrescenta Carlos Moedas.
Já o vereador com o pelouro da Cultura, Diogo Moura, sublinha que “o Hot Clube de Portugal faz parte do património cultural da cidade e do país. Com mais de 75 anos de história, evoluiu da promoção e da divulgação da música jazz para o ensino, tornando-se uma referência não só nacional, mas internacional. Lisboa não abdica da excelência e, consequentemente, não desiste do Hot Clube de Portugal”, frisou ainda.
O Hot Clube de Portugal, Instituição de Utilidade Pública desde 1995, foi considerado um dos melhores 100 clubes de jazz do mundo pela conceituada revista americana de jazz DownBeat e agraciado com a atribuição do Prémio Almada Negreiros (2001) e a Medalha de Mérito Cultural (2004).
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