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Fundbox aposta nos fundos de arrendamento urbano em 2015

A Fundbox, sociedade gestora de fundos imobiliários de origem portuguesa, vai este ano concentrar esforços no lançamento de fundos de arrendamento urbano e na prestação de serviços de operações imobiliárias junto de investidores institucionais. A par disto, os fundos de reabilitação urbana continuam no foco das suas prioridades estratégicas. "Vai ser um ano desafiante para a Fundbox", diz o administrador da empresa, Joaquim Meirelles, em entrevista ao idealista News.

Constituída em 1992 (e nas mãos dos atuais acionistas desde 2002), atualmente tem 16 fundos de investimento imobiliário sob gestão (entre fundos de rendimentos e fundos de promoção imobiliária), que geram um retorno anualizado (NAV) de 223,3 milhões de euros sobre um património avaliado (GAV) em 359,06 milhões de euros.

A Fundbox é uma das muitas vítimas da crise financeira que assaltou o mercado internacional. Antes de estalar, tinha uma carteira de ativos que valia cerca de 500 milhões de euros e com um retorno de 400 milhões ao ano, segundo dados avançados por Joaquim Meirelles.

Dentro dos imóveis geridos pela Fund Box a maior quebra em valor e em termos percentuais registou-se nos imóveis de rendimento (retail park e centros comerciais) e nos terrenos para construção.

Franceses, ingleses e chineses são os principais clientes

Para 2015, apesar de as perspetivas não serem ainda as mais animadoras em termos conjunturais, a empresa mostra-se confiante. "Tendo pela frente um ano expetante, marcado pela incerteza económica, politica e social, mesmo que exista alguma perspetiva de retoma económica, tendo por base o volume histórico do investimento imobiliário e a pressão em baixa sobre as taxas de capitalização, 2015 poderá constituir um ano desafiante para a Fundbox", declara o gestor.

A estratégia passa por "desenvolver soluções mais criativas e eficazes", considera Meirelles, revelando que a reabilitação urbana (RU) é outra das áreas de atuação em que se vão concentrar.

"Queremos replicar o modelo de fundos de RU a outras cidades e outros municípios, nacionais e internacionais, onde existem ganhos de escala e dimensão", revela, precisando que "os principais requisitos são a localização, no centro das cidades, a qualidade dos ativos, inseridos em mercados com liquidez e transparência".

Já a aposta nos fundos de arrendamento urbano decorre da "crescente importância e dinamização do mercado de arrendamento, marcada pela lei de reforma do regime AH, pelo interesse dos investidores institucionais e pelos novos modelos de arrendamento como short-term renting", explica o gestor.

Por outro lado, a sociedade gestora aplaude a revisão fiscal dos organismos de investimento coletivo e a fiscalidade verde aplicada na RU, considerando que vão ajudar a impulsionar a sua atividade.

Os seus principais clientes são estrangeiros, menos no setor habitacional, onde há uma forte procura de investidores nacionais. De fora, o grande interesse chega de franceses, ingleses e chineses.

Operação Marquês

Hoje, o i noticia que a Fundbox terá desenhado o draf de um fundo imobiliário onde seriam incluídos os imóveis que estão sob suspeita no caso de corrupção que envolve o ex-primeiro ministro José Sócrates.

O contacto com a sociedade gestora - que foi alvo de buscas por parte dos investigadores da Operação Marquês a par do Barclays, BPI e o Deutsche Bank - terá sido promovido pelo advogado de Sócrates.

A ideia, segundo escreve o jornal, era constituir um fundo (que teria um capital mínimo de cinco milhões - em nome do seu amigo Carlos Santos Silva para  "esconder" casas do ex-primeiro-ministro, mas tal acabou por não acontecer.

Através da constituição de um fundo imobiliário fechado, os imóveis são convertidos em unidades de participação.  
 
O plano era que Carlos Santos Silva, também em prisão preventiva como o ex-primeiro ministro, seria o único subscritor do fundo, de forma a ocultar quem era o verdadeiro dono do património.

 

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