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Venda dos ativos da Herdade da Comporta chumbada pelo Tribunal do Luxemburgo

O juiz de insolvência nomeado pelo Tribunal do Luxemburgo, Paul Laplume, rejeitou as duas propostas de compra da Espírito Santo Property (ESP), sociedade que detém parte dos ativos da Herdade da Comporta, o Oeiras Golf & Residence e a Quinta do Perú, entre outro património imobiliário da família Espírito Santo.

Segundo o Diário Económico (DE), que cita fontes ligadas ao processo, foram apresentadas duas propostas de compra – uma do fundo Cerberus e outra da Global Reach, de Artur Silva Fernandes –, mas o juiz considerou que as ofertas, na casa dos 60 milhões de euros, são inferiores ao desejado e suspendeu o processo de venda. 

Os valores em causa são ligeiramente superiores à dívida da ESP, que ronda os 58 milhões de euros. E a recusa das ofertas impede os credores da ESP de serem ressarcidos no curto prazo, sobretudo se o plano da gestão judicial – conta com a colaboração de Caetano Beirão da Veiga e de Ana Paula Alves, antiga CFO da Rioforte – passar pela recuperação da empresa a longo prazo. 

A publicação escreve que entre os principais credores estão o Estado e o BCP, que reclamam 4,9 e 14 milhões de euros, respetivamente. A lista de credores inclui ainda algumas centenas de clientes do BES que subscreveram emissões de papel comercial no valor de 23 milhões de euros.  

A ESP é uma subsidiária da Rioforte Investments SA, holding do Grupo Espírito Santo sediada no Luxemburgo, cuja administração é composta por Caetano Espírito Santo Beirão da Veiga (presidente), Pedro Espírito Santo Mello Breyner e Vasco Manuel Sousa Uva. A ESP encontra-se “perdida” no emaranhado de holdings e subholdings do organigrama do antigo império dos Espírito Santo, sendo o braço do grupo para a atividade imobiliária em Portugal.

Entre os seus ativos ou dos fundos por si geridos, encontra-se património com forte ligação aos Espírito Santo, incluindo parte da emblemática Herdade da Comporta e a Quinta do Peru.  

Ao contrário da Rioforte, a ESP não entrou em insolvência, tendo aderido ao Programa Especial de Revitalização (PER), para ficar a salvo dos credores, após o incumprimento no reembolso do papel comercial e de um empréstimo do BCP. Mas a Rioforte precisa do aval da justiça do Luxemburgo para poder vender a empresa, escreve o DE.  

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