
Termina hoje às 17h00 o prazo para a entrega das ofertas de compra da TAP. Depois de fracassada a primeira tentativa de privatizar a companhia aérea portuguesa, há cerca de três anos, o Governo espera agora entre um e três candidatos na corrida de venda da empresa.
As fichas, segundo escreve o Público, estão quase todas apostadas em dois candidatos: David Neeleman, dono da brasileira Azul; e Gérman Efromovich, que detém o grupo sul-americano Avianca e regressou após a rejeição da oferta que fez em 2012.
Seja quem for o novo dono da TAP há uma herança que lhe vai tocar.
O futuro proprietário compra um grupo com 70 anos de história, mais de 10.000 trabalhadores, prejuízos de 85 milhões de euros e uma dívida superior a 1.000 milhões de euros.
Os grandes números da TAP
A dívida da TAP é, de acordo com a Lusa, provavelmente o indicador que mais preocupa os investidores que na sexta-feira avançarem com uma proposta para a compra do grupo.
No final de 2014, a dívida remunerada totalizava os 1.062 milhões de euros. Ainda mais preocupante é o facto de uma grande parte da dívida bancária ser composta por empréstimos de curto prazo.
Os últimos resultados, também segundo a agência de notícias, conhecidos não são o melhor cartão-de-visita: o grupo fechou 2014 com prejuízos de 85,1 milhões de euros, valor que representa um agravamento de 79,2 milhões de euros face aos 5,9 milhões de euros registados em 2013, penalizado pelo negócio do transporte aéreo (TAP SA).
No último ano, a companhia aérea passou de um lucro de 34 milhões de euros para prejuízos de 46,4 milhões de euros, que explica com a entrada tardia em operação de seis novos aviões e pelos 22 dias de greve (anunciadas ou efetuadas e outras ocorrências operacionais, nomeadamente problemas técnicos).
No mesmo período, lembra a Lusa, o passivo aumentou ligeiramente para 2.072 milhões de euros, o que agrava os capitais próprios do grupo para mais de 500 milhões de euros negativos, quando há um ano ficavam abaixo dos 400 milhões de euros.
Trabalhadores da TAP
O grupo, diz a agência de notícias, emprega 10.461 pessoas, sem incluir os trabalhadores da Cateringpor, das Lojas Francas e da Manutenção e Engenharia Brasil.
Cerca de um quarto dos trabalhadores do grupo é pessoal navegante comercial, isto é, assistentes e comissários de bordo, totalizando 2.588 pessoas nesta categoria profissional. Ainda na categoria de pessoal navegante, o grupo conta com 939 pilotos.
Em terra, o negócio da aviação conta com mais 975 trabalhadores, totalizando a principal área de negócio do grupo 4.502 pessoas.
A Manutenção & Engenharia também é um dos grandes empregadores, com 1.872 funcionários dedicados à manutenção dos aviões da TAP e dos de outras companhias.
Outras atividades para além da aviação
O grupo TAP detém 100% da TAP SA, isto é, do negócio da aviação (TAP e Portugália Airlines), mas inclui outros negócios complementares como o do ‘catering’ e dos cuidados de saúde para os seus funcionários, escreve a Lusa.
As duas companhias – TAP e PGA - detêm em conjunto 49,9% da Groundforce, empresa de ‘handling’ (assistência em terra), em parceria com o grupo Urbanos, dono da maioria do capital.
Através da TAPGes, gestora de participações, o grupo tem 51% da Cateringpor - Catering de Portugal, 51% das lojas francas (nos aeroportos), 100% da Megasis e 100% da Unidade de Cuidados de Saúde (UCS).
A TAP é ainda proprietária da TAP Manutenção e Engenharia (em Portugal) e da TAP Manutenção e Engenharia Brasil (98,64%).
Operação na aviação
No último ano, de acordo com a agência noticiosa portuguesa, a TAP aumentou em 6,6% o volume de passageiros transportados, chegando ao número recorde de 11,4 milhões, mais 711 mil passageiros do que em 2013.
A rede da TAP cobre 82 destinos em 35 países a nível mundial e opera, em média, cerca de 2.500 voos por semana.
O grupo dispõe de uma frota com 77 aviões, dos quais 61 aviões de fabrico Airbus, mais 16 ao serviço da PGA, sua companhia regional (6 Fokker, 8 Embraer e 2 ATR). A companhia tem um contrato de aquisição de 12 novos aviões à Airbus.
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