Os tempos são de confiança e otimismo para o setor imobiliário em Portugal e as perspetivas muito animadoras. Quem o diz são as principais mediadoras imobiliárias a operar no mercado nacional. O idealista/news lançou-lhes o desafio de responderem a três perguntas (ver vídeo) com o objetivo de retratar o momento e traçar perspetivas e as entrevistas, embora feitas em separado durante o SIL 2015 (que aconteceu na semana passada em Lisboa), mostram um discurso comum.
Embora com nuances, são muitas as palavras e análises repetidas entre os vários agentes, que dão consistência e reforçam a mensagem de retoma do setor, que tem se vindo a falar nos últimos meses. Ora lê o que pensa cada um dos responsáveis ouvidos pelo idealista/news na principal feira de imobiliário do país.
- Quais as perspetivas para o setor?
Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal
As perspetivas são muito boas. O mercado está numa recuperação crescente, sobretudo nas principais cidades. Ainda tem que recuperar nas zonas mais interiores.
Ricardo Sousa, administrador-geral da Century 21 para o mercado ibérico
Estamos muito otimistas com os resultados. Contudo acredito que temos que ser prudentes em relação aos próximos meses e a 2016. Acredito num crescimento de mercado mas não aos ritmos que estamos a registar atualmente.
Nuno Ascensão, sócio da Keller Williams Portugal
O setor imobiliário vai continuar a crescer. Em Portugal houve uma procura reprimida, e agora com os bancos a voltar a emprestar às famílias, vai continuar a crescer. Por outro lado, a construção começa a dar sinais que quer retomar. E no eixo dos estrangeiros temos a vantagem de que somos um país que está na moda agora.
Paulo Abrantes, diretor geral da Decisões e Soluções
O futuro do setor imobiliário é bastante promissor. A banca está a aumentar o seu crédito, com condições bastante competitivas, as pessoas estão interessadas em comprar e em vender. Há muitos estrangeiros interessados em investir em Portugal. Estamos a atravessar um bom momento e penso que vai crescer bastante nos próximos tempos.
Miguel Lacerda, diretor do escritório de Lisboa da Porta da Frente
Aproveitar ao máximo o momento que estamos a viver, porque não sabemos quanto mais é que vai durar e é muitíssimo favorável. Se se mantiver assim em crescendo, por mais três ou quatro anos, seria muito bom para todos, especialmente para a reabilitação da cidade de Lisboa e outras, e para o negócio imobiliário em si.
Nuno Frederico, consultor imobiliário da Garvetur
Temos boas perspetivas. Está em fase de crescimento. Os franceses continuam a procurar muito o Algarve e os chineses também. Tem estado a evoluir, lentamente, mas tem estado a evoluir.
Manuel Neto, managing partner da Engel & Völkers
Neste momento a dinâmica é bastante positiva e as coisas têm estado a correr bastante bem e estamos com muitos negócios e muitos clientes e o setor está em bom desenvolvimento.
- Comprar ou arrendar? Porquê?
Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal
Neste momento se se compra bem, aconselhava a comprar. Compras e arrendas mais caro do que o crédito hipotecário. É uma forma de se ir fazendo uma poupança segura. As taxas de juro de financiamento são atualmente muito boas para um financiamento, mas muito baixas para um depósito.
Ricardo Sousa, administrador-geral da Century 21 para o mercado ibérico
Sem dúvida comprar. Nos países do Sul temos uma cultura de proprietários e claramente o que a crise veio demonstrar é que o nosso património imobiliário é o mais seguro que temos. Obviamente tem que ser observado numa lógica de médio e longo prazo e não de curto prazo por causa da oscilação de preços que existe sempre.
Nuno Ascensão, sócio da Keller Williams Portugal
Comprar casa para investimento parece-me uma ótima solução. Comprar casa para viver é o que vai acontecer cada vez mais e os arrendamentos têm diminuído por isso mesmo, porque houve pessoas que estavam a arrendar e agora estão a comprar.
Paulo Abrantes, diretor geral da Decisões e Soluções
Estamos numa altura em que muitas famílias estão a optar por comprar casa porque a taxa de juro é bastante reduzida e tendo em conta que os imóveis vão continuar a valorizar muito mais. Por outro lado, temos também bastantes investidores que estão interessados em compra para depois arrendar. Podendo comprar-se um imóvel, considero que neste momento isso é mais vantajoso. O arrendamento pode ser a solução para quem está mais de passagem num local ou não está em condições de obter crédito.
Miguel Lacerda, diretor do escritório de Lisboa da Porta da Frente
Os portugueses por tradição compram, deixaram de comprar por causa do crédito, mas neste momento o crédito volta a mexer e estou convencido de que vai voltar a haver mais compras do que arrendamento.
Nuno Frederico, consultor imobiliário da Garvetur
Comprar. Há muita procura de arrendamento mas para conhecer. Os investidores vêm primeiro para conhecer a zona, por um período de seis meses, e ver se gostam para depois comprar.
Manuel Neto, managing partner da Engel & Völkers
A altura é boa para comprar. É um investimento seguro, que vale a pena, sobretudo porque ainda temos muitos preços convidativos.
- O que pede ao Governo enquanto agente do setor imobiliário?
Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal
Ao novo Governo peço agilidade em todos os processos. O setor imobiliário ajuda à recuperação económica e as pessoas precisam de sentir isso, e que o país está a avançar com confiança.
Ricardo Sousa, administrador-geral da Century 21 para o mercado ibérico
Estabilidade é fundamental para a confiança dos agentes locais e das famílias portuguesas, mas sobretudo para que exista uma perspetiva de futuro que permita a todos traçarem os seus objetivos.
Nuno Ascensão, sócio da Keller Williams Portugal
Ao próximo Governo peço que mantenha a estabilidade no país, que a mediação imobiliária tratará do setor como deve ser.
Paulo Abrantes, diretor geral da Decisões e Soluções
Que façam um bom trabalho.
Miguel Lacerda, diretor do escritório de Lisboa da Porta da Frente
Mantenha as soluções em vigor, como os golden visa e os residentes não habituais, que estão de fato a contribuir muito e diria mesmo que foram o motor que fez renascer o mercado imobiliário em Portugal. E para continuarmos a crescer desta forma há que manter.
Nuno Frederico, consultor imobiliário da Garvetur
Que facilite cada vez mais o investimento em Portugal para motivar o setor. Isto que está a ser feito com os franceses, com os benefícios fiscais com as reformas, é bom, mas acho que se pode fazer um bocadinho mais.
Manuel Neto, managing partner da Engel & Völkers
Condições para continuarmos a trabalhar. É necessário dar apoio a programas como o dos golden visa que foram importantes para o relançamento do imobiliário em Portugal e tornar os processos mais céleres. Também é importante continuar com a aposta na reabilitação urbana que está a ser feito para que a construção e o imobiliário retomem de forma uniforme.
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