Acordo com CCCC implica aumento de capital. No final, família fundadora passa a ter 40%, face aos atuais 65%. Construtora chinesa ficará com 30% da Mota Engil.
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Mota encaixa 169,4 milhões com venda de 23% da construtora nacional aos chineses
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A família Mota decidiu reduzir a posição de 65% que tem na construtora nacional, abrindo a estrutura acionista à China Communications Construction Company (CCCC). O acordo de parceria estratégica e de investimento com a quarta maior construtora do mundo, que já tinha sido anunciado, foi fechado no final da semana passada e implica a venda de 23% do capital da Mota-Engil por 169,4 milhões de euros. Depois, será feito um aumento de capital, que os chineses se comprometem a subscrever, de forma a ficar com 30% da construtora portuguesa. 

"No âmbito do acordo, a Mota Gestão e Participações SGPS, S.A. (MGP), aceitou vender à CCCC 55 milhões de ações ao preço de 3,08 euros por ação", o que perfaz 169,4 milhões de euros, pode ler-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Tendo em conta os termos do negócio, a Mota-Engil ficou avaliada em 736,5 milhões de euros, mais de 80% acima da capitalização bolsista, que se situa em cerca de 400 milhões de euros.

A efetividade do acordo está, no entanto, ainda dependente da verificação de várias condições precedentes, de índole legal e contratual, entre as quais se incluem "a aprovação ou o consentimento por parte de diversas entidades públicas e a confirmação por parte da CMVM de que o acordo e as operações nele previstas não impõem para a CCCC a obrigação de lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA)", tal como esclareceu o grupo portugês na mesma nota feita ao mercado.

Em breve, refere ainda, a assembleia-geral da Mota-Engil será convocada para autorizar o Conselho de Administração a aprovar o aumento de capital, nos termos e condições a decidir por este órgão no momento oportuno.

A compra de 55 milhões de títulos da construtora nacional à Mota Gestão e Participações (MGP) será feita a 3,08 euros por ação, mas para chegar aos 30% definidos no acordo de parceria estratégica, agora concluído, a CCCC assegurará os restantes 7% no aumento de capital que vai envolver a emissão de 100 milhões de novas ações, diz o Negócios.

O grupo chinês, segundo detalha o jornal, terá assim de comprar direitos de subscrição no âmbito do aumento de capital reservado a acionistas a pequenos investidores ou à “holding” da família, que, no âmbito do acordo, tem de baixar a sua posição. Por outro lado, e como ficou definido entre os dois futuros acionistas de referência da Mota-Engil, também a MGP – que garante “total comprometimento e alinhamento com sua posição histórica na empresa” - irá ao aumento de capital.

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