A Ikea está determinada a combater a ideia de que os seus produtos são descartáveis, duram pouco e não servem para acompanhar os seus utilizadores por longos períodos de tempo. Para ajudar a prolongar a vida dos móveis que vende, o gigante sueco do mobiliário e decoração decidiu assim começar a vender peças suplentes por separado, que sirvam para reparações.
"Para prolongar a vida dos produtos, um fator-chave é ter partes suplentes. Para que se possa atualizar através de novas capas ou pés para um sofá… Estamos a testar muito", revelou Lena Pripp-Kovac, Chief Sustainability Officer da Inter IKEA. Os primeiros poderíam ser as pernas e coberturas de sofás.
No ano fiscal que terminou em agosto de 2020, a IKEA forneceu aos seus clientes 14 milhões de peças suplentes, mas o objetivo será aumentar este número através de um sistema de encomendas online que será disponibilizado em todo o mundo ainda este ano.
Em entrevista ao Financial Times, Lena Pripp-Kovac reiterou que o mobiliário da IKEA não é descartável e que vender produtos acessíveis não deve significar que os clientes se sintam mais confortáveis com a ideia de colocá-los no lixo. Segundo o CEO Jon Abrahamsson Ring, a sustentabilidade e o preço têm de andar de braço dado, considerando que "é assim que ajudamos muitas pessoas. A sustentabilidade não pode ser apenas para os mais ricos".
A iniciativa surge em linha com as preocupações ambientais da empresa nórdica, de estar associada ao desperdício, segue a lógica de enquadramento ecológico que levou a IKEA a testar a venda de produtos em segunda mão, por exemplo. A meta da empresa é tornar-se até 2030 uma "empresa circular" cujos produtos, ao invés de serem descartados, podem ser totalmente reparados ou reciclados. Não é por acaso que em 2020 foi dado um primeiro passo graças à utilização de 98% de madeira de florestas sustentáveis.
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