
A Neinor está a negociar a compra da Vía Célere, que pertence ao fundo norte-americano Värde. A operação encontra-se em fase de due dilligence e se se concretizar irá criar a maior promotora imobiliária de Espanha, ultrapassando as rivais Metrovacesa e Aedas em tamanho, com um portfólio de 37.000 ativos, segundo a notícia avançada pelo Expansión.
Ao que tudo indica, as duas empresas estão a negociar a operação há três meses. Recorde-se que a Via Célere dispõe de terrenos para o desenvolvimento de 20.700 habitações e o seu património tem um valor bruto de 1.770 milhões de euros. A dívida financeira chega a 303 milhões, segundo o Registro. A Neinor possui ativos avaliados em 2.000 milhões de euros e um banco de terrenos para o desenvolvimento de 16.100 moradias. A operação vai dar origem a um gigante capaz de construir 37 mil casas e um valor bruto de mercado de 3,8 mil milhões de euros.
Se a operação for bem-sucedida, será a segunda compra da Nienor, já que há alguns meses adquiriu a Quabit mediante uma ampliação com a emissão de 5,6 milhões de novas ações, que representariam 7% do seu capital. Agora, a Vardë estuda a sua saída da Via Célere, onde detém 76,4% das ações. Entrou no que era a empresa de Juan Antonio Gómez-Pintado em fevereiro de 2017 e desembolsou 90 milhões de euros.
Numa comunicação ao mercado, a promotora reconhece que está a participar num processo de avaliação preliminar para chegar a uma possível operação de integração com a promotora Vía Célere. A Neinor assinou um contrato de confidencialidade e exclusividade e já conta com assessores financeiros e jurídicos que estão a trabalhar nessa potencial operação de integração. E garante que ainda não foi alcançado um acordo sobre os possíveis termos e condições desta eventual operação, nem que já tenha tomado qualquer decisão a esse respeito.
Via Célere reduz peso da sua construtora
A empresa chefiada por José Ignacio Morales demitiu 45 pessoas da sua construtora desde janeiro passado, segundo o El Economista. Esse movimento representa uma mudança na sua estratégia de produção ao minimizar a importância de construir os seus próprios projetos, justamente num momento em que circulam rumores sobre uma possível venda da promotora.
Chama a atenção a redução do quadro de pessoal num departamento que já chegou a representar 40% do total de funcionários da Via Célere, segundo fontes consultadas pelo mesmo jornal. Os únicos que ainda estão sob a proteção da Via Célere são os gestores de projeto, arquitetos e engenheiros.
Reduzir o quadro de funcionários da promotora pode ser fundamental no momento em que o fundo Värde, maior acionista da Via Célere, pretende vender a sua participação na empresa. Na verdade, a Neinor, que agora está em negociações para adquirir os 76,4% que a Värde possui na Via Célere, já tem uma construtora interna, com a qual espera construir cerca de 1.000 moradias nos próximos dois anos, a maioria deles em Guadalajara, por se tratar de projetos herdados da compra da Quabit no início deste ano.
Por sua vez, a Vía Célere nega que a decisão de reduzir o número de efetivos na construtora esteja relacionada a uma hipotética venda da promotora. A empresa explica que é apenas um movimento para ter maior capacidade de gestão e controlo interno das dimensões da empresa e assim se adaptar a uma mudança no ciclo do setor. A Vía Célere pretende que a sua construtora não execute mais de 20% dos projetos de promoção anuais.
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