Merlin transmitiu uma mensagem de unidade e "respeito mútuo", dissipando qualquer crise na governança da socimi espanhola.
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Ismael Clemente ganha batalha ao Santander: fica como CEO da Merlin
Ismael Clemente, CEO Merlin Properties

O conselho de administração da Merlin, após reunir-se de forma extraordinária na tarde desta segunda-feira para discutir a possível destituição do seu CEO, Ismael Clemente, transmitiu uma mensagem de união e "respeito mútuo", dissipando qualquer crise na governança da socimi espanhola e descartando a sua substituição na liderança da empresa imobiliária que também opera em Portugal. O principal acionista da Merlin é o Banco Santander com 22% do capital, seguido do empresário Manuel Lao (Nortia), com 8%, e da BlackRock, com 4%.

No entanto, conforme comunicado à Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), a empresa adoptou por unanimidade um acordo para reformar a sua área de governaça, com o objetivo de melhorá-la “no interesse de Merlin e de todos os seus acionistas”.

“O conselho de administração, o seu presidente e o seu CEO manifestam expressamente a sua rejeição ao conteúdo das notícias que apareceram nos vários meios de comunicação nos últimos dias e, em particular, às desqualificações contra determinados acionistas e administradores da Merlin”, diz o comunicado.

Além disso, tanto o conselho, como o seu presidente e o CEO em particular, reiteraram o seu “respeito mútuo e sua expressa decisão” de implementar mecanismos precisos e medidas concretas para alcançar uma gestão de acordo com a melhor governança da sociedade.

A equipa de gestão, chefiada pelo diretor-geral corporativo, Miguel Oñate, divulgou um comunicado antes do início desta reunião, defendendo que a empresa "não merece comportamentos abusivos e feudais por parte de minorias", que procurariam exercer o controlo maioritário da empresa, "roubando ao resto dos acionistas a sua participação na tomada de decisões e poupando assim o pagamento do prémio correspondente."

Por este motivo, a equipa de gestão afirmou que caso algum acionista pretenda controlar a Merlin, deverá formular a oferta pública correspondente “e pagar aos restantes acionistas o justo valor de mercado”, de acordo com carta divulgada à imprensa.

Melhorar as práticas de governo societário é o novo compromisso da Merlin

De salientar que nas últimas reuniões do conselho de administração essas discrepâncias já foram evidentes. Parte do mais alto órgão de governança pretendia promover a aplicação dos melhores padrões de governança corporativa na empresa, como corresponde a uma empresa Ibex 35, bem como estabelecer políticas de controle de risco e remuneração mais comedidas para os seus executivos e de acordo com o contexto atual.

Assim sendo, finalmente, foi isso que ficou acordado na reunião extraordinária, promover as boas práticas de governo societário, mas sem exigir, pelo menos por agora, a destituição de Ismael Clemente. Da mesma forma, para dissipar dúvidas, o conselho transmitiu uma mensagem de unidade.

Uma análise do Sabadell lembra que o Banco Santander, a que os administradores atribuem ter sido planeada a destituição de Clemente, tem três dos 13 cargos do conselho de administração da socimi, cujo presidente, Javier García Carranza, também foi nomeado por esta entidade.

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