Ocupação de escritórios pode chegar aos 90% até ao final do ano.
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Merlin Properties em Portugal
Torres de Lisboa, ativo de Merlin Properties em Portugal Google Maps

Depois da tempestade provocada pela pandemia da Covid-19, os negócios imobiliários estão a ganhar um novo ânimo em 2021. Prova disso são os resultados financeiros da Merlin Properties que obteve um lucro operacional na ordem dos 201,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano (43 cêntimos por ação), um valor 2,3% superior ao registado no período homólogo. A ocupação dos escritórios poderá mesmo alcançar os 90% até ao final do ano.

Olhando para o balanço de janeiro e setembro de 2021, salta à vista que a REIT espanhola - que detem vários ativos em Portugal - obteve uma faturação de 381,3 milhões de euros e um EBITDA recorrente de 277,4 milhões (+0,6%). Também o valor líquido dos ativos subiu para 7.370 milhões de euros – ou seja, 15,69 euros por ação. Este é um valor 0,8% superior ao apurado no período homólogo, “embora não tenha sido efetuada uma nova avaliação da carteira (que se realiza em junho e dezembro de cada ano)”, sublinha a empresa em comunicado enviado às redações.  

Investir em escritório em Lisboa
Marques de Pombal 3, um dos ativos de Merlin Properties em Lisboa Google Maps
Por outro lado, as rendas brutas ainda não recuperaram na totalidade já que os 375,4 milhões de euros apurados neste período representam um valor 1,4% inferior ao registado nos primeiros nove meses de 2020. E note-se que os “dados ainda não refletem a inflação esperada nos próximos trimestres”, lê-se no comunicado. Ainda assim, o documento destaca que “as rendas brutas melhoram em termos comparáveis (-1,2% LfL em 9M21 em comparação a -2,2% em 6M21)”.

Em matéria de pagamento de dividendos, o Conselho de Administração decidiu retomar gradualmente a política de dividendos da empresa e, assim, “concordou em pagar um dividendo intercalar de 0,15 euros por ação para o exercício financeiro de 2021, que será complementado após a decisão final de distribuição pela JGA, com o objetivo de uma retribuição total aos acionistas para o exercício financeiro de 2021 de 0,40 euros por ação”.

Dos escritórios aos centros comerciais: a evolução dos negócios

Merlin Properties continua a gerir ativamente o seu balanço, fechando o trimestre com “excelentes rácios financeiros”, dizem ainda. A sua posição de liquidez também se mantém "sólida" nos 1.692 milhões de euros. Mas como reagiram os segmentos de mercado onde Merlin Properties tem investimentos?

No segmento de escritórios, “as rendas brutas melhoram em termos comparáveis (-2,1% em 9M21 vs. -2,9% em 6M21), graças ao aumento da ocupação de 29 pontos básicos até 89,4%”. E, além disso, dizem que “melhorámos a estimativa de recuperação da ocupação, com a previsão de atingir 90% até ao final do ano”.

Logistíca em alta em Portugal
Lisboa Park, Castanheira do Ribatejo Merlin Properties
A logística – um dos setores vencedores da pandemia - continuou a ter um "bom desempenho", com um crescimento positivo de receitas +0,6% e um diferencial de lançamento de +3,2%, impulsionado principalmente pelas entregas dos projetos Best II e III, que já estão 100% ocupados. “A carteira está quase totalmente ocupada, tendo sido arrendado novamente o armazém Barcelona-PLZF, que ficou vago devido à saída da Nissan”, dizem ainda.

Em Portugal, a Merlin inaugurou em maio o “Lisboa Park”, um empreendimento logístico em Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, com uma área total edificável de 224.864 metros quadrados (m2), que se vai tornar no maior parque logístico de Portugal, noticiou o idealista/news.

Arrendamento de lojas dem Lisboa
Espaço comercial de Merlin Properties em Lisboa Cushman & Wakefield
No que diz respeito aos centros comerciais, a REIT espanhola destaca que houve uma “clara recuperação das afluências (-15,5% vs. setembro de 2019) e nas vendas (-9,1% vs. Setembro de 2019), mantendo a taxa de esforço a níveis muito saudáveis de 12,4%”. Também a ocupação está próxima dos níveis pré-Covid (93,8%), depois de ter ocupado mais de 23.000 metros quadrados em 2021. Isto mesmo havendo uma “redução significativa dos incentivos em relação ao trimestre anterior, mantendo níveis ocasionais de não-pagamento, semelhantes aos obtidos antes da Covid-19”, sublinham ainda desde a empresa.

Em matéria de sustentabilidade, a empresa arrecadou mais 8 novos certificados neste trimestre. Até agora, 97% dos centros comerciais da empresa, 89% dos seus escritórios e 86% dos seus armazéns logísticos estão certificados.

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