Autoridades dão primeiros esclarecimentos sobre o acidente esta sexta-feira. Manutenção do elevador em foco.
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Investigação ao acidente no elevador da Glória
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Está em curso a investigação às causas do acidente no elevador da Glória, em Lisboa, que causou 16 mortos e 23 feridos esta quarta-feira, dia 3 de setembro. Os trabalhos estão a ser levados a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), entidades que vão dar o primeiro esclarecimento sobre o acidente esta sexta-feira, dia 5 de setembro.

Foi logo após o acidente no elevador da Glória, que os trabalhos de investigação arrancaram para efeitos de preservação da prova. No terreno estiveram elementos da PJ e do GPIAAF, que contou com o apoio da PSP e técnicos da Carris.

Os peritos e investigadores presentes no local procuraram perceber o que provocou o possível rompimento do cabo de aço que sustenta os dois ascensores da Glória, escreve a SIC Notícias. Sem o cabo, o veículo que descia desde o Bairro Alto até aos Restauradores – num percurso de 265 metros com elevada inclinação - ficou sem controlo, descendo a grande velocidade até colidir contra um edifício.

Além do cabo, foram também analisados o veículo destruído e os carris. Entretanto o trabalho no local do acidente está concluído. Todos os destroços já foram retirados e levados para a PJ para serem analisados. Mas a Calçada da Glória continua interdita à circulação.

Elevador da Glória
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Manutenção e supervisão do elevador da Glória em foco

Esta quinta-feira, dia 4 de setembro, foi realizada uma conferência de imprensa na sede da PJ, em Lisboa, onde foram reveladas novas informações sobre a investigação ao acidente na Glória.

Na ocasião, o coordenador do GPIAAF, Nelson Oliveira disse que será analisado “tudo o que seja relevante para a investigação”. Em concreto, “será analisado não só o projeto inicial do ascensor, como a sua posterior eletrificação e sucessivas melhorias e renovações”, mas sobretudo o historial de manutenção e fiscalização, disse ainda.

“Há muito historial, quer do funcionamento, mas principalmente de qual é o regime de manutenção a que está sujeito, o regime de supervisão, de fiscalização por entidades externas (…), portanto será feita uma análise perfeitamente exaustiva”, garantiu Nelson Oliveira. Nesta análise inclui-se também “a formação das pessoas que fazem as intervenções, os contratos que existem de prestação de serviços com os prestadores externos à Carris”.

De acordo com o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, o relatório preliminar da investigação do Ministério Público deve ser conhecido dentro de 45 dias (até 19 de outubro). Mas o tempo de elaboração do relatório final “dependerá dos meios com que o GPIAAF venha a ser dotado, entretanto”, disse Nelson Oliveira, deixando a convicção que o Estado "irá dotar muito brevemente o GPIAAF com os meios de que necessita”.

Acidente no elevador da Glória
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Autoridades dão primeiros esclarecimentos sobre o acidente esta sexta-feira 

Entretanto, esta sexta-feira ao fim do dia será dado o primeiro esclarecimento preliminar sobre o acidente no elevador da Glória. A Polícia Judiciária admite a eventual existência de crimes de homicídio negligente, violação das regras de segurança e homicídio por omissão, sendo que todos os crimes prevêem penas de prisão, escreve RTP. A última inspeção ao funicular terá sido realizada na quarta-feira de manhã, o dia do acidente, tendo sido garantido que tinha condições para funcionar, noticiou o Observador.

Além do inquérito instaurado pelo Ministério Público, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, pediu à Carris uma auditoria sobre o acidente. Entretanto, Pedro de Brito Bogas, presidente da Carris, avançou que o inquérito interno sobre o descarrilamento do elevador da Glória vai contar com a colaboração de consultores externos.

Por questões de segurança, todos os ascensores de Lisboa continuarão suspensos até que termine a inspeção técnica, feita por uma entidade externa, ao acidente registado no elevador da Glória. Estes trabalhos deverão ser concluídos em breve. “Parece-nos que [as inspeções] foram (…) bem efetuadas, mas vamos ver o que se apura no âmbito do inquérito”, disse, repetindo que ainda não pode avançar as causas do acidente que na quarta-feira causou pelo menos 16 mortos e duas dezenas de feridos.

A Carris fez um ajuste direto com a empresa que atualmente assegura a manutenção dos elevadores e ascensores de Lisboa por cinco meses, depois de o contrato público para esse efeito ter terminado no final de agosto.

*Com Lusa

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