Estudo da consultora Worx mostra que este mercado está tentar adaptar-se às mudanças provocadas pela pandemia.
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Covid-19 faz empresas pensarem em ter escritórios fora das localizações prime
Nastuh Abootalebi on Unsplash

O teletrabalho veio para ficar, mas este não será, de todo, o princípio do fim dos escritórios. O mercado, isso sim, terá de adaptar-se para enfrentar algumas mudanças. Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, explica que, neste contexto, algumas empresas estão a repensar a configuração dos seus espaços de escritórios por causa das medidas de distanciamento social, estimando-se “um pequeno aumento na taxa de disponibilidade ao longo dos próximos meses”.

“Estas necessidades podem desencadear o interesse em diferentes espaços, fugindo às localizações prime, tendo em mente o fator custo. Contudo, estas decisões serão adiadas por forma a poderem avaliar o verdadeiro impacto da pandemia”, refere o responsável, explicando que se antes do surto havia uma quantidade crescente de procura de espaços em comparação com a oferta disponível no mercado, “agora esperamos um período de ajuste e uma possível correspondência entre a procura e a oferta”.

Rendas prime deverão sofrer pequeno reajuste

A Worx revela ainda que o take-up registrado nos meses de março e abril foi o resultado de negócios anteriores ao surto e que, portanto, será de esperar ao longo do próximo trimestre uma ligeira queda. Para o 2º trimestre de 2020 é esperado um pequeno ajuste nas rendas prime devido à atual situação do mercado e às renegociações em andamento que podem registar reduções adicionais.

Segundo a consultora, todas as zonas mantiveram a renda prime, com exceção da zona 2 (situando-se em 19 euros por m2/mês), sendo que maiores variações trimestrais foram na zona 6 (-6,7%) e na zona 4 (-5,3%). O take-up de Lisboa, por exemplo, durante o 1º trimestre de 2020, foi de 44.671 m2, 7% superior em relação ao período homólogo, contabilizando até abril um total de 73.690 m2, num aumento anual de 39%. Ocorreram duas grandes colocações durante o mês de abril (banco BPI, com 16.441 m2 e Cofidis com 10.406 m2). 

Pedro Salema Garção espera que os escritórios usados entrem no mercado principalmente nas zonas de escritórios prime, estimando “um pequeno aumento na taxa de disponibilidade ao longo dos próximos meses”. De acordo com o responsável, e apesar do sentimento de incerteza, “os clientes demonstram interesse no mercado, embora, durante o confinamento, as restrições tenham atrasado alguns negócios”.

Acredita que as entregas de escritórios estão a voltar ao seu ritmo normal, embora os trabalhos nunca tivessem ficado completamente parados.

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