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Mercado de escritórios: junho mantém efeito da pandemia em Lisboa, mas desagrava no Porto
Photo by Dane Deaner on Unsplash

Os efeitos da Covid-19 continuam a sentir-se no mercado imobiliário português, mas de forma diferente, consoante os segmentos e as regiões do país. O mês de junho fechou com resultados diferentes em termos de absorção de escritórios: enquanto na capital continuou pressionado pela pandemia e registou uma ocupação em junho de 5.114 metros quadrados (m2), mantendo os níveis de atividade de maio e recuando 87% face ao mês homólogo; no Porto observou-se um 'take-up' de 3.034 m2, num crescimento de 65% face ao mês anterior, mostra o mais recente Office Flashpoint da JLL.

Em resultado do comportamento do mês de junho, Lisboa perdeu dinâmica em termos anuais, ao passo que o Porto continua a manter a atividade de 2020 acima do ano anterior.

Assim, revela a consultora imobiliária em comunicado, no 1º semestre de 2020 foram ocupados 84.075 m2 de escritórios em Lisboa, ficando 24% abaixo dos primeiros seis meses de 2019. No final de maio, mesmo com o impacto da Covid-19 na travagem da atividade, o mercado de Lisboa continuava, em termos acumulados, cerca de 11% acima do período homólogo. No Porto, o primeiro semestre fecha com uma absorção de 25.581 m2, num acréscimo de 25% face ao mesmo período de 2019. Os resultados obtidos em junho vieram intensificar o ritmo anual do mercado da Invicta, que no final de maio apresentava um take-up acumulado cerca de 10% acima do período homólogo.

“Neste momento, assistimos à concretização de operações mais pequenas, enquanto os negócios de maior escala estão praticamente suspensos, reflexo de uma maior cautela por parte das empresas em avançar, nesta fase, para planos de expansão. Não só as empresas estão menos capitalizadas, como lidam ainda com muita incerteza no que se refere ao tipo de ocupação a adotar nos seus atuais espaços. Lisboa, por ser um mercado com uma dimensão bastante superior, reflete muito mais o impacto desta travagem de atividade sublinha Mariana Rosa, Head of Office & Logistics Agency & Transaction Manager da JLL, ressalvando que "de qualquer forma, quer no Porto quer em Lisboa, é importante perceber que a procura não desapareceu e que, à medida que formos evoluindo nas medidas de desconfinamento, vamos assistir a uma retoma na procura de novos espaços”.

Como se comportou a procura

Em termos mensais, Lisboa registou 8 operações com uma área média de 639 m2, sendo a maior transação do mês a instalação de uma nova empresa de coworking, a Fintech House, em cerca de 1.400 m2 num edifício da zona 7 – Outras Zonas. No Porto, junho registou a realização de 3 operações, numa área média de 1.011 m2. Contudo, das 3 operações, uma só representa mais de 80% do volume ocupado no mês, nomeadamente a instalação da PWC no POP-Porto Office Park (2.434 m2), situado na zona 1- CBD Boavista.

No acumulado semestral, Lisboa contabiliza 56 transações, numa área média de 1.501 m2, sendo a zona 1 – Prime CBD a mais ativa, com uma quota de 26% da atividade. A zona 2 - CBD e a zona 7 – outras zonas exibem quotas de, respetivamente, 18% e 17% do take-up semestral. Do lado da procura, o semestre foi marcado pelo setor de “Serviços Financeiros”, com 42% da absorção. Seguem-se “Serviços a Empresas”, com um peso de 30%, e “TMT’s & Utilities”, com 16%.

No Porto, entre janeiro e junho realizaram-se 23 operações, com uma área média de 1.112 m2. As zonas mais ativas do primeiro semestre dividem-se entre zona 1 - CBD Boavista, com 37% da atividade, e a zona 6 – Matosinhos, com 21%. A procura esteve especialmente dinâmica por parte do setor de “Serviços a Empresas”, com 34% da absorção semestral, e “TMT’s & Utilities”, com 26%.

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