Em Lisboa, os valores de take-up de escritórios caíram 55% no 1º trimestre de 2023. Mas há cidades em que se verificou o oposto.
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escritórios europeus
Foto de Arlington Research no Unsplash

O mercado de escritórios europeu vive, atualmente, num cenário de aparente bipolaridade. De acordo com o mais recente estudo da Savills, os valores de take-up de escritórios no primeiro trimestre de 2023 começaram a divergir “significativamente” na Europa, com Oslo, Praga e Madrid a registarem, respetivamente, aumentos de 50%, 19% e 5% em relação à média dos últimos cinco anos, enquanto Dublin, Budapeste e Lisboa registaram, respetivamente, quedas de 62%, 57% e 55%.

Para o mercado de escritórios de Lisboa, 2022 foi um ano recorde tendo sido registado um volume de absorção total de 272,000 m2. “Mas o mercado enfrenta agora o desafio, conforme se verifica noutros mercados, de não ter stock de qualidade suficiente para os ‘tenants’”, sublinha a Savills num comunicado enviado às redações.

De acordo com a consultora imobiliária internacional, as taxas de disponibilidade na Europa aumentaram em média 50 pontos base, de 7,1% para 7,6%, durante os últimos doze meses, uma vez que alguns ‘tenants’ optam por adiar a assinatura de novos contratos de arrendamento. Esta situação é mais evidente em Dublin (+350 pontos base para 14,0%), Paris La Défense (+270 pontos base para 15,7%) e Budapeste (+240 pontos base para 12,2%). As taxas de disponibilidade core permanecem muito baixas, com Paris CBD (2,4%), Colónia (3,0%), Berlim (3,3%) e Estocolmo (4,0%) a apresentarem um défice de stock de primeira linha.

Aposta crescente em edifícios de escritórios sustentáveis

“A ênfase sempre presente dos tenants em espaços de maior qualidade em localizações CBD de primeira linha e a falta de oferta de stock adequado, estão a impulsionar os valores de arrendamento dos escritórios de primeira linha na Europa, que aumentaram 6,3% nos últimos 12 meses. Esta situação é particularmente evidente em mercados como Colónia, Duesseldorf, Amesterdão, Munique e Praga, onde os valores de arrendamento de primeira linha aumentaram entre 13% e 29%”, comenta Christina Sigliano, Head of Global Occupier Solutions da Savills, citada no documento.

Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal sublinha que, “à semelhança das realidades de outros mercados europeus, Lisboa denota uma clara diferenciação e preferência dos 'tenants' por edifícios de qualidade e sustentáveis”. “Este tem sido um requisito maioritariamente apresentado por empresas internacionais, devido à sua maior capacidade financeira que lhes permite fazer face aos custos inerentes a este tipo de ativos. Os edifícios sustentáveis deixaram de ser apenas uma opção, sendo hoje uma regra que se reflete consequentemente nos valores de renda praticados”, acrescenta.

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