Vodafone sai do edifício-sede no Porto em conflito com proprietário

A Vodafone está prestes a mudar a sede dos seus escritórios no Porto, trocando o icónico edifício que ocupava na Avenida da Boavista, desde 2009, pelo ICON Office II, um novo espaço de escritórios em Nó de Francos. Em causa está um alegado conflito com o proprietário do imóvel - o fundo AF Portfólio Imobiliário, gerido pela Interfundos do Millennium BCP - que se terá recusado a fazer obras de fundo na fachada, num momento em que o valor das rendas, a partir de janeiro de 2024, seria atualizado em 6,94%.

De acordo com o ECO, a operadora deixará de ocupar o imóvel que soma 19 metros de altura e uma área total de cerca de 7.600 metros quadrados (m2), bem como a mega loja no piso térreo que tinha arrendada também desde há 15 anos, a partir de janeiro de 2024. “Esta decisão deve-se a não ter sido possível chegar a acordo com o proprietário em relação às condições de permanência no imóvel”, explica fonte oficial da Vodafone Portugal, citada pelo jornal online, referindo-se ao edifício que está construído em dois lotes de terreno na confluência da Avenida da Boavista com a Rua Correia de Sá e se encontra atualmente em alegado estado degradado e com infiltrações.

A Vodafone já terá começado a desocupar o imóvel e a consultora Cushman & Wakefield está a procurar novos inquilinos, escreve ainda o ECO, detalhando que tanto o piso 3 (568,78 m2) como o piso 4 (530,87 m2) estão disponíveis por um valor mensal (sem IVA) de 15€/m2, acrescidos de 5 euros de condomínio.

Somam-se 21 lugares de estacionamento disponíveis nos pisos subterrâneos pelo valor de 110 euros por mês. Estes valores incluem despesas com aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC), eletricidade, água, segurança ou limpeza, e excluem telecomunicações, com base no dossiê da consultora, que segundo o mesmo meio, não terá querido comentar este processo.

Será a partir do segundo trimestre de 2024, que a sede da Vodafone no Porto vai ter nova morada, passando a funcionar no novo edifício ICON Office II. Com uma área total de 14 mil m2, este é o segundo edifício de escritórios que a aveirense Civilria está a acabar de construir no Nó de Francos, no âmbito de um projeto imobiliário superior a 100 milhões de euros e que inclui outro imóvel comercial ocupado desde o verão de 2022 pela Ageas, a par de um complexo residencial com 168 casas.

Sobre o fecho da loja da Vodafone no Porto, a empresa indica que “[continuará] a atender os clientes em qualquer uma das lojas” da marca, nomeadamente na rotunda da Boavista, no NorteShopping (Matosinhos) e no ArrábidaShopping (Vila Nova de Gaia), esta última a partir de 28 de dezembro.