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Nova travagem à vista nos vistos gold, com greve dos administrativos do SEF
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O investimento captado através dos vistos gold subiu 87,5% em 2016, face ao ano anterior, para 874 milhões de euros. Os dados são do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e mostram que foram atribuídos 1.414 vistos gold no ano passado, bem mais que em 2015 (766). Uma tendência que agora poderá abrandar, já que os trabalhadores não policiais do SEF iniciam esta segunda-feira (dia 16) uma greve de seis meses em regime de rotatividade para exigirem a reposição da carreira de apoio à investigação e fiscalização, que existiu até 2008.

A greve, convocada pelo Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SINSEF), vai realizar-se uma vez por mês em cada unidade do SEF, confirmou a presidente do SINSEF, Manuela Niza Ribeiro, à Lusa. Segundo o sindicato, a greve vai afetar sobretudo os serviços de documentação, processual e de atendimento ao público.

O sindicato explica que a área documental, “a grande missão do SEF a seguir ao controlo de fronteira”, está atribuída à carreira não policial, representando cerca de 47% da totalidade dos funcionários do SEF, num total de 1.200 trabalhadores. O serviço documental inclui a emissão de passaportes, autorizações de residência ou vistos gold, pelo que se pode prever que haja um travão na emissão dos mesmos nos próximos meses. De acordo com o i, quase sete mil pedidos arriscam ficar parados no SEF até julho na sequência da greve.

Investimento captado sobe quase 90% em 2016

Em 2015, o investimento resultante das Autorizações de Residência para a atividade de Investimento (ARI) – os chamados vistos gold – atingiu 874.444.320,10 euros, quase o dobro dos 466.259.797,63 euros de 2015, tendo sido atribuídos 1.414 vistos gold.

Só em dezembro de 2016 foram captados 87,4 milhões de euros, a maior parte (77.032.841,96 euros) diz respeito à aquisição de imóveiscasa que custem pelo menos 500.000 euros. No último mês do ano passado foram atribuídos 141 vistos: 131 através da compra de bens imóveis e 10 via transferência de capital.

De referir que dos 131, quatro foram para reabilitação urbana, no âmbito das novas regras de concessão de ARI, em vigor há pouco mais de um ano, totalizando nove em 2016.

Desde que os vistos gold começaram a ser atribuídos, a 8 de outubro de 2012, até dezembro de 2016, o investimento total captado atingiu os 2.567.176.944,62 euros, dos quais 251.449.595,62 euros por transferência de capital e 2.315.727.349,00 euros pela compra de bens imóveis.

Ao todo foram atribuídos 4.202 vistos (3.964 pelo requisito da aquisição de bens imóveis, 232 por transferência de capital e seis pela criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho): dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015 e 1.414 em 2016.

A China lidera a lista de ARI atribuídas, 3.050 até dezembro. Seguem-se Brasil (247), Rússia (148), África do Sul (137) e Líbano (72).

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