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O investimento captado através do programa vistos gold – oficialmente designado de Autorização de Residência para a atividade de Investimento (ARI) – subiu 17% no primeiro semestre face ao período homólogo, para 596 milhões de euros. O Governo quer recuperar a reputação do programa, que tem sido “manchado” por casos de corrupção e por atrasos na concessão de vistos.

De acordo com a Lusa, que se apoia em dados do SEF, em junho, o investimento resultante dos vistos gold atingiu os 39.250.091,91 euros, menos 60% que no mesmo mês do ano passado e menos 14% que em maio deste ano.

Do montante captado em junho, a maioria (36.010.204,91 euros) respeita a aquisição de imóveis, enquanto o critério de transferência de capital totalizou 3.239.887 euros. No que diz respeito ao número de vistos atribuídos, 58 dos 61 foram-no por via do requisito de bens imóveis e três por transferência de capital. De referir ainda que destes 58 cinco foram para reabilitação urbana, no âmbito das novas regras de concessão que estão em vigor desde setembro de 2015.

Em termos acumulados, ou seja, desde 8 de outubro de 2012, quando o programa começou a funcionar, até junho, o investimento ascendeu a 3.163.623.092,46 euros. Deste montante, 309.936.690,95 euros foram captados por via da transferência de capital e 2.853.686.401,51 euros mediante o critério da compra de bens imóveis.

Já foram atribuídos ao todo 5.145 vistos gold: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016 e 943 este ano. A maioria dos vistos (4.894) é relativa à compra de imóveis – foram também concedidos 288 ARI por transferência de capital e oito pela criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

A China lidera a lista de Golden Visas atribuídos (3.428 até junho). Seguem-se cidadãos do Brasil (423), da África do Sul (192), da Rússia (178) e do Líbano (100).

Governo quer recuperar reputação dos vistos gold

Entretanto, o secretário de Estado da Internacionalização demissionário, Jorge Costa Oliveira, defendeu que Portugal precisa de recuperar a “excelente reputação” de país “com um dos melhores programas de vistos dourados”.

O responsável, que falava na sessão de abertura do Fórum Anual dos Empresários Portugueses da Construção do Mundo, evento promovido pela Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), apelou às associações do setor para manterem continuarem a fazer pressão no sentido de facilitar a entrada de investimento no país.

Precisamos de voltar a recuperar aquilo que perdemos, que foi uma excelente reputação como país com um dos melhores programas de vistos dourados. Nunca seremos capazes de competir com a Malta ou com o Chipre – nunca haverá consenso na nossa comunidade para oferecer mais do que o direito à residência – mas temos oportunidade e capacidade para melhorar”, disse Jorge Costa Oliveira, citado pela Lusa.

Segundo o secretário de Estado demissionário, ainda há em Portugal muitas pessoas que consideram “que o investimento no imobiliário não é investimento produtivo, como se o dinheiro se evaporasse no dia a seguir e não fosse introduzido no circuito”.

“Faço um apelo para que uma área essencial de captação de investimento em Portugal, como é o imobiliário, tenha uma nova abordagem e que seja feita por entidades com sensibilidade para as questões do investimento e o empreendedorismo e não por quem por ter seguido uma carreira de polícia ou equiparada aparentemente é mais dotado ou mais sério que os outros”, adiantou.

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