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Poder para comprar casa em Portugal agrava-se "moderadamente" até 2020
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O poder para comprar casa em Portugal deve agravar-se “moderadamente nos próximos dois anos”. Esta é uma das conclusões do mais recente relatório da Fitch, que antecipa que o referido poder de compra – o chamado 'housing affordability' – “seja desafiante para os compradores em Lisboa e no Porto, onde os preços das casas estão a crescer rapidamente”. Segundo a agência de notação financeira, devem subir mais de 6% em Portugal até 2020.

“Esperamos que a capacidade para comprar casa em termos nacionais se agrave apenas moderadamente nos próximos dois anos”, refere Juan David Garcia, diretor sénior da Fitch Ratings, no referido relatório.

De acordo com a Lusa, que cita o documento, nas grandes cidades, a capacidade de deter uma casa vai enfraquecer em maior medida, pelo facto dos salários estarem a crescer a um ritmo menor que os preços das casas.

Para a Fitch, o facto de haver compradores estrangeiros com muito capital disponível e da oferta de casas novas ser limitada também está a contribuir para este cenário nas grandes cidades nacionais. 

Preços sobem mais em Portugal que noutros países

A empresa recorda que os preços das casas em Lisboa e no Porto aumentaram entre 20% e 22% no segundo trimestre de 2018, face ao período homólogo, mais do dobro do crescimento do preços das casas a nível nacional (9%) no mesmo período.

Sobre este tema, a Fitch prevê um abrandamento do ritmo de crescimento no conjunto da Europa nos próximos dois anos, até 2020, mas antecipa que em Portugal a subida será um pouco mais expressiva que nos restantes países da União Europeia (UE). Em termos nacionais, a agência de ‘rating’ aponta para aumentos de preços de 6,5% em 2019 e 6% em 2020, números um pouco superiores aos previstos para a vários países europeus (5%). 

Crédito à habitação cresce, mas menos

No mesmo relatório, a Fitch antecipa que o rácio de crédito vencido sobre o total de empréstimos para compra de casa nos bancos estabilize em cerca de 5%, face ao pico de 7% em 2014.

“A Fitch espera que o saldo dos empréstimos para compra de casa estabilize em 2018 antes de crescer nos próximos dois a três anos, revertendo a contração de sete anos desde 2011”, lê-se no relatório.

Relativamente à concessão de crédito à habitação, as perspetivas da Fitch apontam para um abrandamento do ritmo de crescimento, que será de 15% em 2019, “face a 25% na primeira metade de 2018”.

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