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Preço de venda de casas em Lisboa é muito superior ao da avaliação bancária
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O valor da avaliação bancária das casas atingiu em março os 1.247 euros por metro quadrado (m2), o valor mais elevado desde que há registo. Mas está, ainda assim, cada vez mais aquém dos preços de venda, tendo a diferença aumentado bruscamente a partir de 2016. 

Quer isto dizer que a escalada de preços não está a ser acompanhada pela avaliação que os bancos fazem dos imóveis na altura de concederem crédito à habitação. Há uma postura de maior conservadorismo por parte do setor que está a ditar cortes de cerca de 30% ao valor dos imóveis em Lisboa, escreve o ECO.

Segundo a publicação, no primeiro trimestre de 2016, a avaliação bancária das casas situadas na capital estava quase ao mesmo nível do preço de venda, algo que já não acontecia na reta final de 2018. Há três anos, o preço do m2 das casas situadas em Lisboa estava a ser avaliado pela banca a 1.895 euros enquanto o preço médio de venda era de 1.875 euros. No final do ano passado, o m2 valia para os bancos 2.162 euros por m2 enquanto o preço de venda rondava is 3.010 euros.

Preço de venda de casas em Lisboa é muito superior ao da avaliação bancária
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Trata-se de um cenário distinto face à realidade observada tanto a nível nacional, como nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, bem como da cidade do Porto. Aí, as avaliações bancárias continuavam acima dos preços de venda no final de 2018, apesar de a distância entre os dois indicadores ter ficado mais curta, refere o ECO.

Para Filipe Garcia, CEO da IMF, é importante não esquecer que “as avaliações não desceram, bem pelo contrário”. “Aumentar as avaliações em cerca de 20% em três anos é significativo. Os preços é que subiram muito mais depressa do que as avaliações. Isto pode refletir algum conservadorismo dos bancos no sentido em que mesmo aprovações de 100% da avaliação, que não são de todo a regra, significam que o banco fica mais defendido quanto a um eventual recuo do preço de mercado no caso de ter de executar a hipoteca”, explica. 

O responsável acrescenta, de resto, que este cenário pode ainda “significar que os preços subiram demasiadamente depressa e que os avaliadores – que são em princípio independentes – consideram que é, para já, uma valorização excessiva do imobiliário”.

Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), refere que esta situação poderá significar que os bancos estão “mais exigentes” na hora de avaliar os imóveis. “Como sabem que o preço está a subir, o setor financeiro e os próprios avaliadores protegem-se”, comenta.

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