A Fundação Norman Foster e o dstgroup firmaram recentemente um acordo de parceria que, dizem, irá transformar a construção em Portugal, através da criação de um laboratório vivo que irá desenvolver e promover soluções no campo da construção modular e pré-fabricação, “de modo a responder de forma eficiente às necessidades crescentes do mercado mundial”.
O propósito deste consórcio, que conta com a participação do famoso arquiteto vencedor do Pritzker em 1999, passa por “promover um pensamento e investigação interdisciplinares, focado na melhoria contínua das soluções e na capacidade de antecipar o futuro, colocando a arquitetura, o design, a tecnologia e as artes ao serviço da sociedade”.
“Esta mudança de paradigma não pode ser alcançável apenas com uma resposta isolada do dstgroup, requer a promoção de um novo alinhamento estratégico para a indústria da construção. Irá exigir a criação de um novo cluster - pré-fabricação/construção modular, que se destaque como uma resposta do país. O objetivo é posicionar Portugal como um fornecedor mundial de referência deste novo conceito de construção”, refere José Teixeira, presidente do dstgroup, citado em comunicado.
“São 215 milhões de euros de investimento, 48 entidades envolvidas, entre empresas e universidades, 800 postos de trabalho, em que 15% se pretendem doutorados, e um objetivo de exportação de 70% da produção”, resume, citado pelo Expresso, José Teixeira, presidente do grupo de engenharia e construção DST, que lidera o projeto.
Nesta estratégia, a equipa da Fundação Norman Foster, liderada pelo próprio Lord Norman Foster, assumirá a posição de consultor de investigação e líder de design, trabalhando com outras entidades, numa equipa multidisciplinar, que desenvolverá o design conceptual dos sistemas de construção e de soluções modulares e de pré-fabricação.
‘Living Lab’ terá 4.000 m2
Para a concretização deste desafio, o dstgroup desenvolverá no seu campus, em Braga, um empreendimento, designado ‘Living Lab’, com cerca de 4.000 m2 e aproximadamente 100 unidades modulares habitáveis que responderão a diferentes programas funcionais, designadamente:
- residências para estudantes;
- habitações;
- hotelaria;
- residências hospitalares;
- residências seniores.
O Living Lab, segundo explicam, será um laboratório de I&D para soluções de construção modular, “que pretende satisfazer as necessidades nacionais e internacionais de uma construção sustentável”. Trata-se de um centro pesquisa à escala real.
Para o dstgroup, “trata-se de um exercício de extrema relevância do ponto de vista da sustentabilidade, visto que privilegiará um design baseado nos princípios do Eco-design com recurso a materiais ecológicos (reciclados e recicláveis) e soluções construtivas que visem o ciclo de vida do edifício e da sua construção, incluindo estratégias relativas às fases de desmantelamento em fim de vida”.
“Queremos chamar a atenção do setor e mobilizá-lo no sentido de mudança de paradigma no contexto da construção em Portugal, com a captação de investimento e de parceiros de peso”, reforça o mesmo responsável.
Quando concluído, o ‘Living Lab’ assumirá duas funções:
- Ser uma montra viva das soluções desenvolvidas e dos resultados alcançados;
- e um espaço para ser vivido e habitado pelos trabalhadores deslocados, designadamente refugiados e imigrantes, que o dstgroup tem vindo a integrar nos seus quadros.
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