
As temperaturas chegaram aos 40 graus Celsius em várias localidades do país. Uma vaga de calor invadiu Portugal em meados de julho e desencadeou uma outra vaga, de incêndios florestais - um problema recorrente e que tende a repetir-se todos os anos. E este é um flagelo que também afeta o setor imobiliário, alerta Massimo Forte. Os privados devem, desde logo, assegurar a limpeza dos terrenos. E a construção de casas em locais de risco de incêndio muitas vezes não têm os acessos necessários para combatê-los. Estes são os motivos apontados pelo profissional especializado em mediação imobiliária para explicar porque é que os incêndios são um problema, também, do imobiliário português.
“Como pessoa do imobiliário, considero que os incêndios são um problema do meu setor”, começa por dizer Massimo Forte no seu artigo de opinião publicado pela Visão. Na sua ótica este “problema começa no ordenamento do território e acaba nos proprietários”. E o especialista diz mesmo que esta questão é “crónica” e que não tem tido resolução nos últimos 30 anos.
Mas porque é que os incêndios rurais são um problema para o setor imobiliário? Massimo Forte aponta e explica alguns motivos:
- Limpeza dos terrenos fica a cargo dos proprietários. E também por parte do Estado, já que é o “maior proprietário deste tipo de bem imóvel”, diz;
- “Construção de habitação em locais que representam um potencial perigo para o seu proprietário, por estarem muito perto de locais de perigo de incêndio, ou locais que não estão preparados com as infraestruturas certas para facilmente se atuar num cenário de incêndio”, refere na mesma publicação;
- A burocracia na habilitação de herdeiros e de múltiplos proprietários de terrenos faz com que haja muitas propriedades praticamente ao abandono;
- Imóveis que pertencem a imigrantes ou proprietários estrangeiros muitas vezes estão ao abandono e sem quaisquer cuidados;
Para prevenir os incêndios em especial nesta época do ano, o consultor, coach e formador na área do imobiliário afirma ainda que a reabilitação das florestas, antes e depois dos fogos, é uma medida a adotar. Além disso, afirma que há “falta de mão pesada na aplicação da lei que puna de forma eficaz os incendiários”.
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