Entre janeiro e novembro de 2022, o Programa de Arrendamento Acessível (PAA) conseguiu atrair “pouco mais de 400 alojamentos”, segundo a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP). Para a associação, o programa está “muitíssimo longe”de cumprir os objetivos declarados aquando da sua criação em 2019, e revela um “fracasso” da Nova Geração de Políticas de Habitação do Governo.
A ALP diz que este se trata de um número “confrangedor” que contrasta com os mais de 45.000 novos contratos de arrendamento que foram celebrados no país no primeiro semestre do ano, de acordo com os dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Ou seja, e segundo cálculos da ALP divulgados em comunicado, o PAA abarcou menos de 0,1% dos contratos celebrados.
Segundo dados do Ministério das Infraestruturas e da Habitação referentes a abril de 2022, citados no mesmo documento, foram apenas celebrados 868 contratos de arrendamento acessível desde 2019.
A explicar a “fraca adesão”, de acordo com a ALP, está a “falta de confiança” dos proprietários no Governo e a instabilidade legislativa e fiscal que tem pautado a governação dos últimos seis anos.
"O arrendamento tem sido vítima de sucessivas alterações que resultam inequivocamente em prejuízos e limitações aos direitos dos senhorios. O Governo não pode estar permanentemente a legislar contra os proprietários ao mesmo tempo que tenta atrair os privados para o PAA. Proprietários têm neste momento muito pouca confiança nas leis da República, que podem ser alteradas a qualquer instante sem justificação atendível", lê-se ainda.
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