
Um antigo edifício de um comboio eléctrico, localizado na zona de Pasila, em Helsínquia (Finlândia), será transformado num edifício de 45.000 metros quadrados (m2) de escritórios, comércio e um hotel, reimaginado como parte do núcleo social, comercial e cultural do património histórico. Este “novo marco” na cidade vai nascer pela mão do atelier português MASSLAB, em colaboração com o AFRY Ark Studio – juntos venceram o concurso internacional ‘Train Factory Mixed-Use Competition’, com a proposta ‘A Roof for Helsinki’.
O concurso foi organizado pelo ‘The Train Factory Group’ e pela Câmara Municipal de Helsínquia, e a proposta lusa foi selecionada entre cinco consórcios de arquitetura reconhecidos mundialmente.

“O programa surge como incentivo para renovar a área através de uma remodelação urbana abrangente, onde o edifício anexo à oficina dos anos 70 se tornaria parte integrante da vida quotidiana dos habitantes da área. A proposta vencedora procura esta pertença através do desenho a partir das necessidades da população, não se impondo apenas como um edifício, mas sim como um sistema de usos, ações e hábitos”, explica a MASSLAB, em comunicado.
“Todo o programa comercial está organizado em torno de um teto orgânico abobadado que o convida a entrar no edifício e percorrê-lo. Em cima da plataforma verde criada é possível ter vistas sobre Helsínquia e disfrutar de uma pequena floresta no centro da cidade”, explica ainda, acrescenta que, “ao repensar a paisagem urbana como um todo”, foi possível aludir a “um caminho a seguir, na tentativa de reinventar as normas sociais e a vida quotidiana”.

Segundo os arquitetos, a morfologia não convencional “permitiu o desenho de um edifício rentável, adequado a necessidades em constante mudança, para materializar uma proposta aparentemente impossível”. A madeira ao nível do solo, parte do ethos finlandês, “convida a uma vivência dinâmica de vida urbana. O tijolo é um diálogo contínuo com o edificado envolvente. Quanto ao topo em vidro, este dissolve o edifício na paisagem de Helsínquia. A combinação dos materiais da proposta torna-se simultaneamente evidente e irreverente. Uma área bastante fechada pode, na verdade, tornar-se um novo núcleo para a renovação e reinvenção de uma malha urbana consolidada”.

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