A obra, da autoria da arquiteta Paula Sousa Pinheiro, revelou, para o júri, uma notável postura de “saber estar” no território.
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Douro
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Lusa
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A arquiteta Paula Pinheiro venceu o prémio Arquitetura do Douro com um projeto de enoturismo para a Quinta do Saião, dia em que foi lançado o galardão Vinha Douro que homenageia os construtores da paisagem duriense.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) assinalou, em Vila Real, o 21.º aniversário do Douro Património Mundial da UNESCO, concluindo um ano de comemorações dos 20 anos desta classificação. Neste dia de festa foi atribuído o prémio Arquitetura do Douro e, ao mesmo tempo, lançado o novo prémio Vinha Douro, sendo ambos bienais e atribuídos em anos intercalares.

Para Paula Pinheiro, arquiteta com atelier no Porto, este prémio “é o reconhecimento” de um percurso de 25 anos e com uma “enorme dedicação à arquitetura”. “Julgo que é um reconhecimento importante porque, de facto, as obras que têm ganho este prémio são obras muito emblemáticas, com uma enorme qualidade, e o grupo de arquitetos que me antecedem também são importantes. Por isso fico muito contente”, afirmou aos jornalistas.

A arquiteta projetou a recuperação de um conjunto de edifícios em ruínas da Quinta do Saião, em Vila Nova de Foz Côa, como um lagar de azeite, uma adega, uma casa das ovelhas, o forno ou a antiga habitação do agricultor, que deram origem a uma unidade de enoturismo. A quinta histórica é produtora e exportadora de vinhos. “O projeto tenta responder a esta ideia de incorporar a ruína num edifício contemporâneo, mas aproveitando toda a pedra, todos os muros corroídos e desfeitos”, explicou Paula Pinheiro.

Este ano foi apresentada apenas uma candidatura ao prémio, no entanto, o presidente da CCDR-N, António Cunha, frisou que o júri considerou o trabalho vencedor “excecional” e que é isso que “interessa”, afirmando que a distinção "ganhou espaço na arquitetura deste território".

Lançado em 2006 pela CCDR-N, o galardão visa divulgar e promover a “excelência da arquitetura” no Alto Douro Vinhateiro e boas práticas no exercício da arquitetura em obras de construção, conservação e reabilitação de edifícios, bem como intervenções de redesenho urbano no espaço público.

Na última edição, foi o arquiteto Eduardo Souto Moura que venceu com a obra da Central Hidroelétrica do Tua, que ficou quase integralmente subterrânea para harmonizar a edificação com a paisagem do Douro Património da Humanidade. Por sua vez, o prémio Vinha Douro vai ser atribuído pela primeira vez em 2023.

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