A Praça da Alegria, junto à Avenida da Liberdade, em Lisboa, será transformada num “superquarteirão”. O objetivo da autarquia é testar neste local um projeto-piloto que irá fechar a praça ao trânsito uma vez por mês, ao domingo, para dar espaço a atividades culturais, desportivas e comércio. A iniciativa terá um caráter temporário e, se correr bem, passará a definitivo.
“Vamos fechar a Praça da Alegria uma vez por mês. Em princípio, será no último domingo do mês. Isto vem na lógica do que o presidente da câmara disse sobre ouvir as pessoas e penso que terá tudo para correr bem”, disse ao Público, Vasco Morgado, presidente da Junta de Freguesia de Santo António, acrescentando que a “programação será diversificada e nunca igual, nunca se repetirá”. “Haverá novidades todos os meses. Tudo isto num jardim que é um local de passagem obrigatório”, refere.
Escreve o jornal que os contornos desta iniciativa estão ainda a ser negociados entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Junta de Freguesia, sendo que os planos deverão ser anunciados para breve.
A criação de “superquarteirões”, inteiramente pedonais, querem seguir um pouco lógica daquilo que já se faz em Barcelona, isto é, redes de praças e centros verdes onde os peões têm prioridade e o tráfego é desviado para estradas fora desses locais. Locais mais agradáveis para se viver e estar.
Trata-se de um projeto-piloto que se encaixa, por isso, no conceito de “Cidade de 15 minutos”, criado pelo especialista em urbanismo, Carlos Moreno, defensor do bairro como centro da vida urbana. O investigador de renome internacional, conselheiro de planeamento urbano de Anne Hidalgo, autarca de Paris, deu uma entrevista recente ao idealista/news, na qual explica as ideias-chave deste conceito, e porque é tão importante romper com o urbanismo tal qual como o conhecemos para transformar a vida nas metrópoles.
Este é, de resto, o tema da 2ª edição do Conselho de Cidadãos, a realizar-se nos dias 25 de março e 1 de abril de 2023. Trata-se de uma iniciativa de participação cívica da cidade de Lisboa, promovida pela autarquia, que tem como objetivo envolver os cidadãos na tomada de decisão sobre os grandes desafios da cidade.
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