Norte-americanos tornaram-se nos principais compradores de casas de luxo na região de Lisboa em 2022, aponta estudo.
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Compra de casas por americanos
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A qualidade de vida, o clima, a segurança, a hospitalidade, a par dos bons serviços de saúde e de educação têm atraído cada vez mais estrangeiros para comprar casas de luxo em Portugal. Muitos também foram atraídos pelos vistos gold que deverão, agora, terminar para o investimento imobiliário - depois de ter sido aprovado pelo Governo e no Parlamento, falta apenas luz verde do Presidente da República para que o programa chegue ao fim, após mais de uma década em vigor. Mas nem isso tem afastado os estrangeiros de comprar casas de luxo no país, nomeadamente os norte-americanos, que estão especialmente interessados em Lisboa.

“O mercado de luxo em Portugal tem crescido significativamente nos últimos anos”, considera Tatiana Vale, Diretora de Marketing da Berkshire Hathaway HomeServices Atlantic Portugal. E o interesse dos americanos no mercado português está a crescer. "Eles emergiram como os principais compradores de propriedades de luxo na região de Lisboa", explicou a especialista em comunicado enviado às redações.

Vamos aos números. Em 2022, 6% das compras de casas no país foram feitas por cidadãos estrangeiros. E cidadãos americanos representam 15% desse número, sendo que 40% desses compradores americanos escolheram Lisboa. "Os preços competitivos e a valorização do dólar americano são alguns dos fatores que aumentam o interesse dos americanos", acrescenta.

Na imobiliária do multimilionário Warren Buffett, “33% dos compradores de imóveis transacionados pela empresa em 2022 eram dos EUA e que a maioria procurava usufruir do programa de vistos gold”, sublinhou Michael Vincent, CEO da Berkshire Hathaway HomeServices Portugal Property. Além das compras motivadas por este programa, "Portugal foi reconhecido como o melhor lugar do mundo para a reforma no Global Retirement Index", acrescenta.

Quando ao ao preço das casas de luxo vendidas pela imobiliária em Portugal, Michael Vincent afirma que "o preço médio de venda é de cerca de 850.000 euros”. E este valor tem vindo a subir: “No ano passado, registámos um aumento de 18% nos preços do imobiliário em Portugal. Espero um aumento de 10% para este ano", indicou o responsável.

O Relatório do Mercado Europeu de verão 2023 da Berkshire Hathaway HomeServices indicou ainda que há três tendências que prevalecem no mercado de luxo português:

  • procura de propriedades com certificações ambientais, materiais sustentáveis e design amigo do ambiente;
  • a conveniência e proximidade de comodidades que permitem aos compradores "viver a vida local";
  • propriedades que possibilitam um estilo de vida mais descontraído.
Comprar de casa por estrangeiros
Foto de Ryutaro Tsukata no Pexels

Alterações dos vistos gold pelo mundo criam desafios ao investimento estrangeiro

A nível global, o mercado imobiliário está a sofrer grandes mudanças nos últimos anos, desde a pandemia à subida dos juros. E há ainda outros fatores que influenciam a compra de casas pelos estrangeiros, como a instabilidade política, proximidade de eleições e as mudanças aos programas vistos gold. Estes fatores são bem visíveis no Reino Unido, Portugal e Grécia.

Em Portugal, o programa visto gold vai deixar de incluir investimento imobiliário – uma alteração proposta no Mais Habitação que está a aguardar uma validação final por parte do Presidente da República. E na Grécia, o limiar monetário para obter um visto de residência de cinco anos aumentará de 250.000 euros para 500.000 euros já no próximo dia 1 de agosto.

Apesar de estes e outros fatores terem gerado cautela entre os investidores que decidiram fazer uma pausa nas aquisições, verifica-se que o preço das casas de luxo à venda, bem como das rendas de casas para férias estão a subir em toda a Europa. E, uma vez mais, os norte-americanos tem um papel central, estando ainda muito ativos em mercados como a Espanha (+25% de investidores vindos dos EUA 2019 a 2022).

O aumento do interesse dos norte-americanos por comprar casas na Europa deve-se a vários fatores, apontam no documento:

  • o custo de vida relativamente baixo;
  • taxa de câmbio favorável relativamente ao dólar americano;
  • infraestrutura de transportes boa;
  • clima político e económico estável.

“As cidades com mudanças mais rápidas na Europa são aquelas que beneficiam da instalação de empresas”, conclui. Um exemplo disso mesmo é Málaga, uma cidade que tem recebido empresas como a Google, a Bombardier, a Siemens e a Oracle.

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