O vice-presidente da feira Brafa, que se realiza esta semana em Bruxelas, deixa a sua perspetiva sobre o mercado da arte.
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Christophe Boon
Christophe Boon, vice-presidente da Brafa Guy Kokken

A arte não é apenas bonita, é também um ativo que faz parte das carteiras de quem investe: neste âmbito, é sabido que nunca devem colocar-se todos os ovos no mesmo cesto e seguindo esta máxima, investir em arte é uma forma de diversificar a poupança. Em muitas ocasiões, a arte também é vista como um ativo de refúgio, contra instabilidades em outros mercados. E, não nos enganemos, dependendo da época, do artista, da obra, é possível atingir grandes retornos.

Gustav Klimt disse que "a beleza está em toda parte, só temos que ter os olhos abertos para vê-la". Não há dúvida de que há muita beleza na requintada Brafa (Feira de Arte de Bruxelas), que acontece esta semana, até 2 de fevereiro de 2025 - e onde a artista portuguesa Joana Vasconcelos é convidada de honra e deu uma entrevista ao idealista/news -, o lugar ideal para falar sobre as perspetivas do mercado de arte.

Mas antes de tudo, o que é Brafa? Estamos a falar de uma feira de arte muito eclética que este ano celebra a sua 70ª edição (é uma das mais antigas da Europa), e que tem uma vitrine muito variada: é possível encontrar arte moderna e contemporânea nos seus corredores, além de arte africana, móveis, quadros, antiguidades, arte sacra...

Joana Vasconcelos
Joana Vasconcelos foi Convidada de Honra da edição de 2025 ©Atelier Joana Vasconcelos

As diferentes disciplinas, técnicas, materiais e épocas combinam perfeitamente nestes dois pavilhões inteiramente dedicados à beleza: 130 galerias (três delas espanholas), pertencentes a 16 países, participam desta edição. Inicialmente, o evento era uma pequena feira de antiguidades local. "Foi organizado por um grupo de negociantes de arte na época. Nos últimos 70 anos, tornou-se uma das feiras de arte mais prestigiadas da Europa, atraindo uma gama cada vez mais diversificada de expositores", explica Klaas Muller, presidente da feira.

Mas vamos à questão central deste artigo: investir em arte. Para isso, o idealista/news falou com Christophe Boon, diretor da Boon Gallery e vice-presidente da feira.

Quais são as previsões para o mercado de arte em 2025?

Na minha opinião, as previsões para o mercado de arte este ano ainda são otimistas. O dólar americano continua forte, os mercados financeiros estão a ter um bom desempenho e as taxas de juros estão a cair. E todos esses são indicadores muito importantes para o mercado global de arte.

Na minha opinião, as previsões para o mercado de arte este ano ainda são otimistas. 

Consegue arriscar previsões para certas disciplinas: arte contemporânea, arte antiga, livros raros, etc..?

Se falamos de antiguidades, objetos raros e de alta qualidade, estes continuarão a ser vendidos a preços altos. Obras de arte modernas e contemporâneas estabelecidas também continuarão a ser vendidas a preços altos, embora seja possível que o mercado de artistas contemporâneos emergentes arrefeça um pouco, pois é mais volátil.

Quais são os temas que têm potencial para reavaliação?

Depois do movimento minimalista e dos artistas afro-americanos dos últimos anos, o mercado voltou a interessar-se mais pela arte figurativa do que pela arte abstrata. O exemplo mais marcante é a reavaliação do artista italiano Salvo.

O mercado voltou a interessar-se mais pela arte figurativa do que pela arte abstrata

Existem regiões do mundo que estão a destacar-se e que ainda não são muito conhecidas nos circuitos artísticos?

Acho que na próxima década haverá mais mercados internacionais de arte e feiras de arte no Médio Oriente, como Dubai, Abu Dhabi, Catar e Arábia Saudita.

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