
Quase poderíamos dizer que o lema do novo projeto da empresa de móveis e decoração Gunni & Trentino é que sem arte não há casa. "No Art, No Home" é um compromisso com a arte, sem lhe dar destaque em galerias ou museus, mas dentro do universo da decoração e design de interiores, para desfrutar dela no conforto da sala de estar.
Este projeto recém-lançado abriu na loja da empresa em Madrid que receberá mais de 50 obras de artistas nacionais e internacionais como Keith Haring, Scully, Jaume Plensa, David Magán, Moisés Yagües... A empresa pretende mostrar a arte no habitat em que finalmente se integra, a casa: em Madrid, esta exposição pode ser apreciada até ao final de julho e nessas datas viajará para a sua outra loja, em Barcelona.
O idealista/news entrevistou José Manuel Moreno, diretor da Gunni & Trentino.

José Manuel, onde estamos?
Estamos na nossa loja principal em Madrid. A nossa empresa dedica-se ao design de interiores desde 1970 e nesta exposição unimos o mundo da arte com o do design de interiores. Basicamente, tínhamos esse conceito de que as nossas casas, as nossas decorações estavam um pouco vazias, e foi por isso que unimos os dois mundos. Normalmente a arte de grande valor tem estado nas galerias e o que viemos apresentar está integrado com o design de interiores em geral.
Quantas lojas têm em Espanha?
Temos cinco. Somos os maiores, em Madrid, que tem cerca de 3.500 m2. Acabamos de reabrir mais um espaço em Barcelona. Estamos em Bilbao, em Marbella e por dois anos em Palma de Mallorca.

Como surgiu a ideia de "No Art No Home"?
A empresa tem uma máxima, oferecer aos clientes projetos de 360 graus, onde fornecemos tudo o que precisam para formar uma casa. E há alguns anos notamos uma preocupação da nossa parte de que, quando terminamos os projetos, notamos que estão um pouco nus, as casas não pareciam ser habitadas desde o primeiro momento. E vimos a necessidade de adicionar o departamento de arte: é a cereja no topo bolo que fecha o círculo do que é um espaço de convivência.
Com que frequência as obras vão rodar?
A beleza do projeto é que ele está em movimento contínuo. Escolhemos um curador, Juan Alfaro, que escolhe as obras. Vão girar à medida que são vendidas ou descobrimos outras ou precisamos delas em novos espaços.
São a primeira empresa de móveis a lançar este tipo de projeto?
Somos a primeira empresa a nível nacional a desenvolver este conceito, fizemos uma seleção de artistas super consagrados a nível internacional e nesse sentido, pelo espaço, pela seleção de artistas, somos pioneiros, sem dúvida.

Também conversamos com Juan Alfaro, curador da exposição de arte.
São a primeira empresa de mobiliário a lançar este tipo de projeto?
Ter a possibilidade de intervir num espaço tão icónico como o Gunni & Trentino em Madrid é um desafio. Demorámos oito meses para fazer o projeto: selecionar as peças, conversar com colecionadores, galeristas... E bem, já está feito e agora o que queremos é visualizá-lo. Defendo o conceito de democratização da arte. A arte não tem de estar apenas em museus, galerias, mas tem que estar em espaços públicos onde seja acessível. Também defendo as características educacionais da arte, se as gerações mais jovens começarem a aprender arte desde tenra idade, provavelmente encontraremos um mundo que será muito diferente no futuro.
A arte não tem de estar apenas em museus, galerias, mas tem que estar em espaços públicos onde seja acessível.
Que obras podemos ver?
No espaço temos 55 obras e temos tentado responder a diferentes gostos: há pintura, escultura, fotografia, instalação... E o que tentamos fazer é ter uma combinação de linguagens que combinem bem com o espaço. Como a marca é internacional, trouxemos artistas de diferentes partes do mundo, alguns deles que nunca haviam exposto uma peça em Espanha. Queremos que seja um espaço dinâmico em que muitas coisas acontecem, que seja um diálogo permanente com designers de interiores, arquitetos...
Pode citar alguns dos artistas?
São 50, há importantes artistas nacionais como Jaume Plensa ou Manolo Valdés. Temos Keith Haring ou Jannis Kounellis. Temos fotógrafos maravilhosos como Massimo Vitali. Temos escultores nacionais, como Carlos Alberto ou David Magán. Temos artistas com propostas interessantes e até com uma linguagem desenhada por animais, neste caso por aranhas, como Tomás Saraceno.

Quanto tempo as obras permanecerão?
A proposta é uma proposta comercial. As obras estão à venda e à medida que forem vendidas faremos o principal para o qual estamos aqui, que é completar as casas dos nossos clientes com obras e vamos substituir as que estamos a colocar. Há arte que é muito acessível e que dá personalidade às casas. E aqui queríamos ter essa combinação também nos preços para que as propostas sejam diferentes dependendo da escala económica e do gosto do colecionador.
Há arte que é muito acessível e que dá personalidade às casas.
Vemos que as obras que foram integradas em todos os lugares.
Acreditamos que a arte não é só para a sala de estar, agora integramos muita arte nas cozinhas. As cozinhas tornaram-se os novos lugares para se viver.
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