
O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, deixou um alerta durante a apresentação de resultados do primeiro trimestre do banco: a nova oferta de habitação em Portugal está muito aquém da procura real, o que está a agravar o desequilíbrio no mercado imobiliário.
“O problema da habitação é a grande disparidade entre a procura e a oferta”, afirmou o banqueiro, citado pelo Jornal Económico. Com base em dados do INE, o BPI revela que, em 2024, foram concluídos apenas 25 mil fogos habitacionais — um número 49% inferior ao registado em 2009, quando se atingiram os 48 mil.
“É claramente insuficiente”, sublinhou Oliveira e Costa, lembrando que os bancos continuam ativos no financiamento à construção, com 52% das transações a serem financiadas pela banca.
O CEO do BPI rejeita por completo a ideia de que haja um bloqueio bancário ao crédito para construção e promoção imobiliária. “Pelo menos no BPI não há. A nossa percentagem de crédito à construção é baixíssima e temos enorme capacidade para crescer”, garantiu, contrariando as preocupações de que as novas regras de Basileia IV possam reduzir ainda mais a concessão de crédito ao setor.
Oliveira e Costa salientou que o défice habitacional é acentuado pelo saldo migratório dos últimos quatro anos, que cria uma necessidade estimada de 175 mil habitações — muito acima das 156 mil vendidas em 2024.
“Construção e promoção imobiliária sem haver mercado é uma coisa, e com procura e mercado é outra”, referiu, defendendo uma resposta articulada entre Estado, municípios, promotores e bancos.
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