
O mercado residencial do Sul da Europa continua a registar subidas de preços, tanto na venda como no arrendamento, agravando o acesso à habitação. Portugal voltou a ser o país com as casas mais caras para comprar e arrendar, com destaque para Lisboa. Mas foi mesmo Espanha que registou as maiores subidas do custo da habitação em ambos os mercados no último ano. Já em Itália os preços das casas à venda continuam longe dos máximos observados há mais de uma década, enquanto as rendas atingiram níveis recorde no segundo trimestre de 2025, tal como revelam os dados do idealista.
Lisboa continua a ser a cidade mais cara para comprar casa
Atualmente, Portugal apresenta o custo mediano mais elevado das casas à venda (2.898 euros/m2), ficando à frente de Espanha (2.438 euros/m2) e de Itália (1.828 euros/m2). Entre os três países do Sul da Europa só o mercado português e espanhol atingiram novos recordes em junho na série histórica do idealista. Mas foi em Espanha onde se observou a maior subida anual dos preços das casas (+14%), seguida de Portugal (+8%) e Itália (+1,5%).
Uma análise às principais capitais do Sul da Europa revela uma pressão sobre os preços das casas nas cidades mais dinâmicas face à escassez generalizada da oferta. Lisboa continua a ser a cidade mais cara de todas para comprar casa, tendo o preço mediano atingido um novo máximo de 5.769 euros/m2 em junho, depois de ter crescido 2,3% no último ano. E Madrid também está a aproximar-se da capital portuguesa: o preço das casas subiu 25% num ano, atingindo um novo recorde de 5.642 euros/m2.
Milão está em terceiro lugar, também com o m2 das casas à venda acima de 5.000 euros (mas um pouco abaixo do valor mais alto alguma vez registado). É visível ainda que Barcelona está a aproximar-se desta fasquia e a atingir novos máximos (4.920 euros/m2), depois de os preços terem subido 11,1% num ano. O Porto continua atrás em termos de preços (3.792 euros/m2), embora tenha registado um novo recorde. Já a cidade mais barata para comprar casa é Roma, com 3.215 euros/m2, um preço que está quase 25% abaixo do seu máximo.
Como está o arrendamento em Portugal, Espanha e Itália?
Também no mercado de arrendamento, Portugal é o país mais caro do Sul da Europa, com a renda mediana mensal de 16,7 euros/m2. Logo a seguir aparecem Itália (14,9 euros/m2) e Espanha (14,6 euros/m2), que estão em níveis recorde. A subida anual do preço das casas para arrendar foi especialmente forte em Espanha (+9,7%), sendo três vezes maior que Portugal (+3,5%) e quase o dobro de Itália (+5,5%).
Neste mercado, Barcelona e Milão lideram a lista, com rendas medianas mensais em 23,9 euros/m2 e 23,7 euros/m2, respetivamente. Logo a seguir estão Lisboa (22,2 euros/m2) e Madrid (22 euros/m2). Roma e Porto, por sua vez, apresentam preços no arrendamento mais moderados.
Os maiores aumentos anuais das rendas das casas ocorreram em Roma (+12%) e em Madrid (+11%), mas apenas a capital espanhola registou recorde dos preços das casas para arrendar. Já Lisboa e o Porto revelaram aumentos das rendas mais moderados de 3,1% e 2,7%, respetivamente. E Milão apresentou a menor subida dos preços (2,6%) entre os seis principais mercados analisados.
Destinos turísticos no Sul da Europa: quanto custa comprar ou arrendar casa?
Os principais destinos de férias do Sul da Europa apresentam dinâmicas variadas nos preços das casas à venda. Foram mesmo as zonas turísticas de Portugal e Espanha que tiveram os maiores aumentos dos preços das casas, enquanto no mercado italiano houve aumentos moderados e até ajustes em baixa.
Foi a cidade espanhola de Valência que registou o maior aumento do custo das casas para comprar no último ano (+20,1%), seguida de Setúbal (+20%), Palma (+18,4%) e Beja (+17,8%). Todos os destinos turísticos portugueses analisados registaram subidas de preços. Por outro lado, em Nápoles e em Génova (Itália), as casas à venda ficaram ligeiramente mais baratas.
Entre os destinos de férias de Portugal, Espanha e Itália em análise, foi Palma que registou o maior preço das casas à venda (4.907 euros/m2) – um novo recorde. E logo a seguir está o Funchal, com o m2 a passar a custar um máximo de 3.645 euros. Málaga aparecem em 4.º lugar (3.459 euros/m2) e Faro em 5.º (3.285 euros/m2).
Já as casas para comprar em destinos turísticos por valores mais acessíveis situam-se na cidade portuguesa de Beja (1.278 euros/m2) e na cidade italiana de Palermo (1.383 euros/m2), revelam os mesmos dados do idealista referentes ao segundo trimestre de 2025.
No mercado de arrendamento, foi Faro que liderou a subida de preços no último ano (+12%), seguida de Palermo (+11,1%) e Setúbal (+11%). As casas para arrendar ficaram mais caras em todas as zonas de férias do Sul da Europa, com Nápoles a revelar o menor crescimento (+1,5%).
As rendas das casas mais elevadas de todas são encontradas em Espanha, nomeadamente nas cidades de Palma, Málaga e Valência, que registaram novos recordes de preços de 18,3 euros/m2, 15,6 euros/m2 e 15,5 euros/m2, respetivamente.
Entre as cidades portuguesas analisadas, o custo de arrendar casa é mais elevado no Funchal (15 euros/m2) e em Faro (14,2 euros/m2). Mas foi mesmo Setúbal a única zona em Portugal que alcançou um novo máximo histórico no final de junho – as rendas medianas fixaram-se em 13,1 euros/m2 por mês. Já Beja é a mais baratas de todas (10,1 euros/m2).
Há ainda casas para arrendar com preços mais baixos que a cidade alentejana em dois destinos de férias em Itália: Génova (10 euros/m2) e Palermo (9,1 euros/m2), indicam os mesmos dados.
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